Em meio ao aumento de casos de coqueluche e ao registro da primeira morte pela doença desde 2019, Minas Gerais enfrenta dificuldades na disponibilidade da vacina tríplice bacteriana (DTP), essencial para reforço contra a coqueluche, difteria e tétano. O problema foi causado pela dificuldade de aquisição do imunizante pelo Ministério da Saúde, que afetou algumas unidades de saúde do estado em agosto. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) espera que o estoque seja normalizado em setembro.
Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, afirmou que a falta do imunizante é pontual e que as doses já foram solicitadas ao Ministério da Saúde. Assim que as vacinas chegarem, serão distribuídas para as 28 regionais de saúde do estado. Ele enfatizou a importância da vacinação, especialmente diante da queda nos índices vacinais, que ainda estão abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.
O médico epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro reforçou que as doses de reforço podem ser administradas assim que as vacinas estiverem disponíveis, desde que as crianças tenham menos de sete anos. Ele também destacou a importância da adesão à vacinação para evitar surtos, especialmente em um momento de aumento de casos de coqueluche.
Até o momento, Minas Gerais registrou 121 casos de coqueluche em 2024, um aumento significativo em comparação com os 14 casos registrados em todo o ano de 2023. Apesar do estado de alerta, as autoridades afirmam que ainda não há uma previsão de surto, mas enfatizam a necessidade de manter os cartões de vacinação em dia.
Entenda a Coqueluche:
• Fases da doença:
1. Fase catarral: Coriza, febre baixa, espirros, tosse leve e ocasional.
2. Fase paroxística: Tosse intensa e rápida, som característico de “guincho”, vômitos, fadiga extrema.
3. Fase de convalescença: Redução gradual da tosse, episódios de tosse podem reaparecer.
• Tratamento: É feito com antibióticos, repouso e hidratação. Isolamento é necessário até o término do antibiótico.
• Transmissão: Ocorre por contato direto com gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar.
• Esquema vacinal: Três doses da vacina DTP aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforços aos 15 meses e 4 anos.
Fonte da matéria: O Tempo.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.