Estudo mostra que uso de Ozempic, Wegovy e Mounjaro pode alterar percepção de sabor

Por Dentro De Tudo:

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Medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, utilizados no tratamento do diabetes tipo 2 e também da obesidade, podem modificar a forma como os pacientes sentem o gosto dos alimentos. A conclusão é de um estudo realizado por cientistas da Alemanha e da Áustria, apresentado no congresso da European Association for the Study of Diabetes (EASD), em Viena, e publicado na revista Diabetes, Obesity and Metabolism.

Segundo a pesquisa, cerca de 20% dos usuários relataram perceber os alimentos mais doces ou mais salgados após o início do tratamento. As mudanças no paladar foram associadas à redução do apetite e à sensação de saciedade precoce, o que pode influenciar no processo de emagrecimento.

O levantamento ouviu 411 pessoas com sobrepeso ou obesidade que faziam uso das medicações havia, em média, de 40 a 47 semanas. Do total, 21,3% disseram sentir os alimentos mais doces e 22,6% mais salgados. Não houve alteração significativa na percepção de amargor ou acidez. Além disso, 58,4% relataram sentir menos fome e 63,5% afirmaram ficar satisfeitos mais rapidamente.

Entre os usuários de Wegovy, 26,7% notaram maior intensidade no sabor salgado, índice superior ao observado nos grupos que utilizavam Ozempic (16,2%) e Mounjaro (15,2%).

De acordo com o endocrinologista Othmar Moser, líder do estudo, as drogas não atuam apenas no intestino e no cérebro, mas também nas papilas gustativas e em áreas cerebrais ligadas à percepção do sabor e à sensação de recompensa. Isso explicaria por que sabores mais intensos poderiam levar a um consumo menor de alimentos.

Os pesquisadores ressaltam que a perda de peso não depende exclusivamente dessas alterações, já que outros fatores — como metabolismo, hábitos alimentares, prática de atividade física e genética — também influenciam o resultado.

Os autores defendem que o acompanhamento da percepção de sabor dos pacientes pode ser útil para avaliar a resposta ao tratamento e ajudar médicos a personalizar dietas e estratégias de adesão às terapias.

Fonte: g1. Crédito da foto: Freepik.

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