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Estudo que cita cloroquina como tratamento para Covid é retratado quatro anos depois

Por Dentro De Tudo:

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Um artigo publicado em 2020 pelo microbiólogo francês Didier Raoult, que afirmava a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19, foi oficialmente retratado nesta semana pela Sociedade Francesa de Farmacologia e Terapêutica (SFPT). A publicação, alvo de críticas desde seu lançamento, foi acusada de má conduta científica, manipulação de dados e falta de ética.

O estudo, intitulado “Hidroxicloroquina e azitromicina como tratamento de COVID-19: resultados de um ensaio clínico aberto e não randomizado”, foi amplamente citado e influenciou políticas de saúde globalmente, mas acabou desacreditado por investigações que apontaram a ineficácia do medicamento e seus potenciais riscos à saúde, incluindo arritmias cardíacas e paradas cardíacas.

Impactos e críticas

Autoridades e pesquisadores destacaram que o estudo atrasou o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes contra a Covid-19. Ole Søgaard, médico dinamarquês, afirmou que a pesquisa foi conduzida apressadamente e sem seguir padrões científicos adequados.

A retratação reforça a necessidade de rigor e ética em pesquisas médicas, especialmente em tempos de crise sanitária, como destacou a SFPT: “A prescrição de medicamentos sem provas sólidas de eficácia é inaceitável e sacrificou o princípio fundamental da medicina: primum non nocere (‘primeiro, não causar dano’).”

Didier Raoult, agora aposentado, enfrenta outras controvérsias relacionadas a estudos conduzidos sob sua supervisão, alguns já sob investigação judicial.

Fonte: O Tempo | Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

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