Um ex-auxiliar de manutenção da companhia aérea Voepass revelou que a aeronave modelo ATR-72 que caiu em agosto de 2024, em Vinhedo (SP), já havia apresentado falha no sistema de degelo na noite anterior ao acidente. Segundo ele, o problema foi relatado verbalmente por um piloto, mas ignorado pela equipe de manutenção por não ter sido formalmente registrado no diário de bordo técnico.
A falha envolvia o airframe de-icing, sistema responsável por evitar o acúmulo de gelo na fuselagem. O equipamento desligava sozinho durante o voo, o que não poderia ocorrer em rotas com risco de formação de gelo — como a rota do voo 2283, que partiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP).
De acordo com o relato, o avião já havia feito vários trechos no mesmo dia do acidente. Após pousar em Ribeirão Preto durante a madrugada, permaneceu em hangar por algumas horas, voou novamente para Guarulhos, depois para Cascavel e retornava para Guarulhos quando caiu às 13h22. Todos os 57 passageiros e 4 tripulantes morreram.
O ex-funcionário afirmou que havia pressão para evitar que aeronaves ficassem paradas para manutenção, o que teria levado o piloto a não formalizar o defeito. Segundo ele, se o problema tivesse sido reportado adequadamente, o avião não teria decolado, e o acidente poderia ter sido evitado.
Dados da caixa-preta indicam que o botão do sistema de degelo foi acionado três vezes durante o último voo, mas possivelmente não funcionou.
A Voepass declarou, em nota, que colabora com as investigações e reafirma seu compromisso com a segurança operacional e com os familiares das vítimas. O caso segue em apuração.
Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: Rádio Itatiaia
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