Uma vistoria realizada nesta semana em uma unidade policial da Região Metropolitana de Belo Horizonte revelou uma série de irregularidades no armazenamento de materiais explosivos e armas apreendidas. Segundo o Sindicato dos Escrivães e Oficiais Investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep), os itens estavam guardados sem qualquer padrão de segurança, oferecendo risco real de acidentes e comprometendo procedimentos investigativos.
Entre os materiais encontrados havia uma caixa de fogos de artifício de alto potencial explosivo, deixada no canto de uma sala comum, sem ventilação adequada, sem isolamento e sem qualquer proteção. No mesmo ambiente, uma caixa com diversas armas lacradas estava armazenada de forma improvisada, como mostram imagens registradas durante a vistoria.
Especialistas ouvidos pela reportagem alertaram que esse tipo de armazenamento inadequado pode resultar em explosões, extravio de provas e até desvio de armamentos. O caso surge num momento de maior atenção ao controle de materiais da corporação, após o desvio de mais de duzentas armas da Delegacia da Polícia Civil no Barreiro, em Belo Horizonte. A servidora suspeita foi indiciada nesta quarta-feira (26).
O presidente do Sindep, Marcelo Horta, afirmou que a situação encontrada na unidade policial é recorrente em diversas delegacias do estado. Ele destacou que a lei determina que todo material apreendido deve ser mantido em uma Central de Custódia, estrutura que ainda não existe em Minas Gerais. Segundo Horta, desde 2020 a entidade cobra do Governo de Minas e da Chefia da Polícia Civil a criação desse espaço específico, que garantiria segurança e padronização no armazenamento.
A ausência dessa central, segundo o sindicato, coloca em risco a integridade de servidores e compromete a validade de provas criminais, podendo inclusive resultar em impunidade. Uma audiência pública para discutir o tema está marcada para esta quinta-feira (27), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com o objetivo de cobrar providências do governo.
O Governo de Minas e a Polícia Civil foram procurados para comentar o caso, mas ainda não se manifestaram.
Crédito da matéria: g1 Minas / TV Globo
Crédito da foto: Sindep / Divulgação
















