Exportações de Sete Lagoas despencam 89% com tarifaço dos EUA e setor siderúrgico sente forte impacto

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Sete Lagoas registrou uma queda drástica nas exportações para os Estados Unidos em setembro de 2025. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o município teve um recuo de 89% nas vendas externas, passando de US$ 24 milhões em agosto para apenas US$ 2 milhões no último mês.

O principal impacto foi sentido pelo setor siderúrgico, que concentra a maior parte das exportações da cidade. Em julho, antes da taxação adicional de 40% imposta pelo governo norte-americano, Sete Lagoas havia exportado US$ 66 milhões — número que desabou após o início do chamado “tarifaço”.

De acordo com o especialista em comércio exterior Franciney Carvalho, o resultado acende um alerta no mercado. “A cidade sente o reflexo maior dessa queda, principalmente na indústria de ferro e aço. Também houve redução de 54% nas exportações de minério de alumínio e seus derivados”, explicou.

Em nível nacional, as exportações brasileiras aos Estados Unidos caíram 20,3% em setembro, totalizando US$ 2,58 bilhões, com déficit de US$ 1,77 bilhão na balança comercial.

Apesar de o ferro-gusa — um dos principais produtos exportados por Sete Lagoas — não estar incluído diretamente na lista de taxação, o setor enfrenta insegurança e retração de investimentos. “Essa instabilidade prejudica o planejamento das empresas. Um dia há tarifa, no outro é retirada, e isso desanima o mercado”, afirmou Juca Bahia, coordenador de Assuntos Institucionais da Secretaria de Fazenda de Sete Lagoas.

Outras cidades mineiras, como Confins, com a exportação de aeronaves, e Araxá, produtora de café, também registraram quedas expressivas. No total, 742 municípios brasileiros tiveram retração nas exportações para os EUA em setembro.

Empresários e entidades do setor aguardam a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos, na esperança de que as tarifas sejam revistas e o fluxo comercial volte à normalidade.

Fonte: SeteLagoas.com.br – Repórter Filipe Felizardo

Encontre uma reportagem