Exposição de crianças nas redes sociais reacende debate sobre responsabilidade digital

Por Dentro De Tudo:

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O influenciador Felipe Bressanim (Felca) trouxe à tona um tema sensível: a exposição excessiva de crianças e adolescentes na internet. No vídeo intitulado “Adultização”, ele destacou como imagens e vídeos de meninas e meninos, publicados por eles mesmos ou por familiares, muitas vezes desconsideram os impactos na privacidade, segurança e bem-estar emocional. Fotos de rotina, conquistas escolares e até momentos íntimos acabam circulando em perfis públicos, criando uma exposição digital que pode acompanhar a criança pela vida adulta.

Segundo Cecília Landarin, analista do Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI), “a exposição online é permanente e as crianças têm direito à privacidade desde cedo. Proteger também significa refletir sobre o que nós, como adultos, estamos colocando na internet”.

A responsabilidade pela proteção das crianças no ambiente digital é compartilhada entre famílias, governos, escolas, empresas de tecnologia e sociedade civil. O Projeto de Lei n° 2628/2022, aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto, determina que plataformas digitais priorizem a proteção de crianças e adolescentes, com sistemas seguros por padrão e proibição do uso de dados pessoais para fins comerciais.

Desde 2014, a Campanha Defenda-se oferece vídeos e materiais educativos sobre segurança online e enfrentamento à violência sexual, incentivando o diálogo e a construção de vínculos de confiança entre crianças, adolescentes e adultos. Como destaca Cecília Landarin, “autonomia não é deixar a criança sozinha na internet, mas permitir que ela ganhe espaço à medida que desenvolve maturidade, com tempo, diálogo e exemplo”.

Dicas para tornar o ambiente digital mais seguro:

  • Evitar compartilhar imagens de momentos íntimos ou de vulnerabilidade.
  • Restringir o público de acesso às postagens usando configurações de privacidade.
  • Estabelecer combinados claros sobre tempo de tela, conteúdos acessados e uso de redes sociais.
  • Conversar de forma aberta sobre experiências online, construindo confiança.
  • Usar aplicativos de controle parental, mas sem substituir o diálogo.
  • Ensinar segurança digital básica e dar exemplo de comportamento responsável.
  • Priorizar momentos off-line e atividades sem telas.
  • Avaliar o momento adequado para a criança ou adolescente ter seu próprio celular.
  • Utilizar materiais educativos, como os da Campanha Defenda-se, para apoiar a educação digital em casa ou na escola.

A Campanha Defenda-se, do Centro Marista de Defesa da Infância, disponibiliza vídeos em português, inglês, espanhol, audiodescrição e Libras, além de e-books e guias de atividades para adultos, com foco em prevenção e acolhimento de relatos de violência. Todo o material está acessível em defenda-se.com.

Fonte: CMDI / Campanha Defenda-se / Projeto de Lei n° 2628/2022.

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