A maior fábrica de insulina da América Latina, que tem sede em Montes Claros (Norte de Minas), anunciou nesta semana que vai começar a produzir o medicamento com água reutilizável de chuva. É o primeiro laboratório no Brasil a realizar a técnica. O reservatório que vai captar a água pluvial tem capacidade de armazenar até 80 milhões de litros por ano – quantidade suficiente para abastecer mais 6 mil casas, com quatro pessoas, ao longo de doze meses.
A insulina é composta por 90% de água e, para utilizar a chuva no medicamento, foi preciso desenvolver um método inédito. Uma Estação de Tratamento, com sistemas de decantação, filtragem, ultrafiltração e purificação da água para atendimento aos requisitos legais de potabilização, foi criado no segundo semestre de 2022. Este sistema passou por um processo de validação e aprovação da Vigilância Sanitária.
“A insulina tem mais de 90% de água em sua composição, portanto, este projeto nos permitirá ser pioneiros, sendo a única no Brasil a fabricar insulina utilizando água da chuva. É o resultado do propósito da nossa estratégia ambiental de impacto positivo tanto no meio ambiente, quanto na sociedade”, explica Reinaldo Costa, vice-presidente corporativo da Novo Nordisk.
A unidade de Montes Claros da empresa é responsável por 15% da insulina consumida no mundo. A unidade produz insulinas para 50 países, incluindo o Brasil, onde parte da produção é destinada ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Mais captação de água
A Novo Nordisk levou o sistema de captação de água de chuva para nove comunidades da região de Montes Claros – Lavaginha, Cabeceiras, Morro Vermelho, Lagoa de Freitas, Riachinho, Salto, Gameleira, Laje e Pipoca. Além delas, três associações na área urbana do município também receberam o sistema: AARSONORTE (Associação Artesanal e Social do Norte de Minas), PAC (Projeto de Apoio a Crianças) e Ecogalpão Santos Reis. Todas passaram a contar com a solução para irrigação e plantação, no projeto “Novo Gerador de Água”.
“Nos sistemas que implantamos, já foram coletados cerca de 500 mil litros de água, e essa água será usada por centenas de pessoas. Além disso, as caixas que são utilizadas para o projeto de captação de água de chuva são confeccionadas a partir de resíduos plásticos reciclados da nossa fábrica”, diz Robison Morais, diretor de Suporte à Produção.
Fonte: O Tempo.