Um homem de 60 anos, internado na Santa Casa de Patrocínio desde 9 de outubro, foi extubado na manhã desta sexta-feira (17), conforme o boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde da cidade. O paciente está consciente, orientado e recebe oxigênio sob máscara. Ele permanece sob cuidados intensivos e apresenta melhoras em seu estado de saúde. Outro homem, de 64 anos, segue em um leito de enfermaria com quadro estável, mas ainda apresenta confusão.
Na segunda-feira (13), Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, faleceu após uma grave piora em seu estado de saúde em decorrência de uma lesão cerebral severa. Um homem de 67 anos também foi internado, mas teve alta em 9 de outubro, um dia após a intoxicação.
Na quarta-feira (8), por volta das 15h, Claviana e os três homens que a acompanhavam começaram a passar mal após um almoço familiar em uma chácara na zona rural. Eles foram atendidos por equipes do Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Polícia Militar. Durante o socorro, algumas das vítimas chegaram a sofrer parada cardiorrespiratória, mas os socorristas conseguiram estabilizá-las no local. As vítimas foram encaminhadas em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Uma criança de 2 anos também foi hospitalizada, mas apenas para observação, pois não ingeriu a planta.
A planta que causou a intoxicação, conhecida como “falsa couve”, foi colhida no próprio terreno e servida refogada na refeição. Segundo o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve, devido à semelhança com o vegetal. A Secretaria de Saúde informou que parte da “falsa couve” foi encontrada na arcada dentária da mulher e encaminhada, junto com outras amostras, para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso, com a principal hipótese sendo a de envenenamento acidental.
A Nicotiana glauca, planta popularmente conhecida como “falsa couve”, possui características que a diferenciam da couve verdadeira. Suas folhas são mais finas, têm textura aveludada e coloração verde-acinzentada. A professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), explica que a couve consumida habitualmente possui folhas mais grossas e nervuras bem marcadas. A ingestão da Nicotiana glauca pode levar a intoxicações graves e até à morte.
Além disso, a maneira como a planta é preparada influencia a gravidade da intoxicação. A Nicotiana glauca contém anabazina, um alcaloide que pode causar paralisia muscular e respiratória. A professora alerta que não há antídoto disponível para a intoxicação por esta planta, e a recomendação é buscar ajuda médica imediatamente, pois o tempo de socorro é crucial para evitar complicações.
Três pacientes continuam internados na Santa Casa de Patrocínio.
Crédito da foto: Paulo Barbosa/TV Integração. Fonte: g1.
