O Brasil enfrenta um desabastecimento de insulina, essencial para o tratamento do diabetes, principalmente o tipo 1. Segundo entidades médicas e o Ministério da Saúde, o problema decorre de falhas na produção global e na cadeia de suprimentos de medicamentos.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois tipos de insulina: Humulin ou Novolin NPH e Regular. No entanto, há relatos de escassez generalizada, tanto na rede pública quanto em farmácias privadas.
Sylvio Provenzano, endocrinologista e membro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), alerta para a gravidade do cenário, especialmente para pacientes com diabetes tipo 1, que dependem da insulina para sobreviver. “A falta desse medicamento pode levar ao coma diabético e sobrecarregar o sistema de saúde”, afirmou.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram adquiridas 55,6 milhões de unidades de insulina em 2024, com investimento de R$ 799 milhões. Para 2025, o orçamento será ampliado para R$ 1 bilhão. A pasta também fechou acordos emergenciais para antecipar entregas, mas não confirmou se as remessas foram efetivamente realizadas.
Além disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) manifestou preocupação em nota, destacando que a falta de insulina compromete gravemente a saúde pública.
O que fazer?
O Ministério da Saúde orienta pacientes que não conseguem encontrar insulina em farmácias privadas, inclusive no programa Farmácia Popular, a procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Crescimento do diabetes
O diabetes, uma das doenças crônicas de maior impacto no sistema de saúde, tem crescido significativamente no Brasil. Dados da pesquisa Vigitel mostram um aumento de 65% nos casos em 15 anos. Em 2021, 9,1% dos adultos brasileiros conviviam com a doença, ante 5,5% em 2006.
O governo e entidades médicas seguem em busca de soluções para evitar consequências graves, enquanto pacientes aguardam o restabelecimento do abastecimento.