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Família de menina morta por pastor acusa PMs de não registrarem desaparecimento: ‘deve estar na balada’

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A Corregedoria da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) abriu um procedimento para apurar a denúncia de que policiais militares se recusaram a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) sobre o desaparecimento da adolescente Stefany Vitoria Teixeira Ferreira, de 13 anos, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte.

Stefany foi encontrada morta na terça-feira (11) em uma área de mata da cidade. O pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, vizinho da família e líder religioso da igreja que a adolescente frequentava, foi preso e confessou o crime.

‘Ela deve estar na balada’, disseram PMs, segundo mãe

Em entrevista à Record Minas, Márcia da Silva, mãe da adolescente, revelou que acionou a Polícia Militar ainda na madrugada de segunda-feira (10), poucas horas após perceber o desaparecimento da filha. No entanto, segundo ela, os militares minimizaram a situação e se recusaram a formalizar a ocorrência.

“Os PMs chegaram, acenderam um cigarro e falaram: ‘isso é coisa de adolescente. Ela deve estar na casa de alguma amiga, alguma colega ou então na balada’. Inclusive, o policial falou para a minha outra filha pegar a moto e ir lá na balada. Eles acompanharam, viram que ela não estava lá e, simplesmente, foram embora. Se tivessem agido na hora certa, ela talvez estivesse com vida”, lamentou Márcia.

PM dá outra versão sobre o caso

Em nota enviada à Itatiaia nesta quarta-feira (12), a PMMG afirmou que recebeu um chamado via 190 sobre o desaparecimento da adolescente, mas que a mãe de Stefany teria dito à guarnição que tentaria contato com uma amiga da filha antes de acionar a polícia novamente.

“A Polícia Militar informa que, na madrugada do dia 10, recebeu chamado, via 190, de desaparecimento da adolescente citada na demanda e que, durante conversa da guarnição com a genitora da menor, ela alegou que faria contato com uma amiga de sua filha e, caso não a localizasse, realizaria novo chamado para a PMMG. A PMMG informa, ainda, que as guarnições do turno mantiveram-se atentas e na coleta de informações sobre o desaparecimento da adolescente, apoiando, inclusive, na data dessa terça-feira (11), a Polícia Judiciária em ação de prisão do envolvido na ocorrência”, diz o texto da corporação.

A Corregedoria da PM segue investigando o caso.

Carona fatal e denúncia decisiva

Segundo as investigações, Stefany aceitou uma carona do pastor João das Graças Pachola na noite do desaparecimento. Como ele era vizinho e, supostamente, um homem de confiança da família, a adolescente entrou no carro sem desconfiar do perigo.

No entanto, o homem a levou para uma lagoa na região do Tijuco. Conforme a polícia, Stefany percebeu a ameaça e tentou fugir do veículo, desesperada, mas foi agarrada à força pelo pastor.

Um casal que estava próximo à lagoa presenciou a movimentação suspeita e questionou o pastor, que alegou que Stefany era sua filha e que enfrentava problemas mentais. Desconfiados, os testemunhas anotaram a placa do carro e repassaram a informação à polícia, o que foi crucial para a prisão do suspeito.

O crime gerou grande comoção na cidade e levantou questionamentos sobre a atuação das autoridades no caso.

Fonte: Itatiaia.

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