Uma jovem de 18 anos, grávida de quatro meses, denunciou agressão por policiais militares durante a prisão de seu namorado, suspeito de envolvimento em uma tentativa de homicídio, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite de sábado (28). O caso aconteceu em Novo Progresso, onde o casal reside.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela PM, os militares entraram na casa do casal para investigar a suposta participação do jovem, de 20 anos, em um crime. A mulher relatou que, durante a abordagem, os policiais foram truculentos, agredindo tanto ela quanto seu companheiro. “O policial queria me tirar à força do sofá. Meu namorado entrou na frente e acabou apanhando. Começou a briga, deram choque nele, bateram, chutaram e também me empurraram. Eu caí e machuquei a perna”, contou a vítima.
A família do jovem negou o envolvimento dele no crime, denunciando excessos na abordagem policial. A irmã do rapaz afirmou que ele foi agredido, apresentando escoriações na região do tórax. “Ele é muito trabalhador, é o orgulho da família. O que eu peço é justiça”, declarou.
Após a prisão, o jovem foi levado inicialmente ao 18º Batalhão da Polícia Militar, e só foi encaminhado a uma unidade de pronto atendimento após a chegada das irmãs e da mãe.
Versão dos policiais
No entanto, o boletim de ocorrência registrado pelos policiais traz outra versão dos fatos. Segundo o documento, o jovem estava “bastante agressivo e exaltado, resistindo à presença policial”. Os policiais alegaram que ele deu um “soco no rosto” de um dos militares, causando um edema e danificando seus óculos. Para conter o jovem, a polícia usou um disparo de pistola de emissão de impulso elétrico, além de técnicas de imobilização com o uso de algemas.
A PM informou que o jovem foi preso por resistência e desacato, e foi reconhecido pela vítima da tentativa de homicídio.
Apuração dos fatos
A Polícia Militar anunciou que instaurará um procedimento para apurar os fatos. “A PM vai fazer a audição de todas as partes, vai colher vídeos e provas testemunhais, com o objetivo de elucidar os fatos”, afirmou o Tenente Baltarnei Gomes Braga. A Polícia Civil também foi contatada e aguarda-se o retorno sobre o caso.