Uma família de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vive um drama após a morte de um jovem de 24 anos que havia aceitado uma proposta de trabalho na Ásia. O rapaz embarcou para a Tailândia em abril, seduzido por uma oferta de emprego com salário de 5 mil dólares, mas foi levado para o Camboja logo após chegar ao país. Ele morreu em julho, e a causa ainda não foi esclarecida.
Segundo familiares, o jovem havia manifestado o desejo de morar fora do Brasil, mesmo após alertas sobre os riscos da viagem. Meses depois de perderem o contato, os parentes foram informados da morte, com a justificativa de que ele teria sido vítima de uma explosão na cozinha do local onde trabalhava. A família, no entanto, suspeita que ele tenha sido vítima de tráfico humano e de uma falsa proposta de emprego.
A defesa da família acredita que o caso esteja relacionado a um esquema internacional de aliciamento de jovens para trabalhar em condições análogas à escravidão em países do Sudeste Asiático. Situação semelhante foi vivida por outro brasileiro, de 26 anos, que também foi levado ao Camboja e forçado a aplicar golpes financeiros até ser resgatado por uma organização humanitária.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a Embaixada do Brasil em Bangkok acompanha o caso e mantém contato com o governo cambojano, prestando apoio à família. Sobre as investigações relativas a falsos convites de trabalho no exterior, a pasta orientou que o assunto seja tratado com a Polícia Federal, que não comentou eventuais apurações em curso.
Em fevereiro, o Itamaraty já havia emitido um alerta sobre o aumento do tráfico de pessoas no Sudeste Asiático, especialmente em países como Camboja, Mianmar e Tailândia, onde brasileiros têm sido atraídos por promessas de altos salários e acabam sendo obrigados a participar de fraudes cibernéticas.
Com a recente alteração em decreto federal, o governo brasileiro pode, em casos excepcionais, arcar com os custos de translado de corpos de cidadãos mortos no exterior, medida que pode auxiliar famílias em situações semelhantes.
📸 Crédito da foto: Reprodução / TV Globo
📍 Fonte: g1 Minas Gerais