Carregando em bolsas os pertences de uma vida, uma família composta por 35 venezuelanos, dentre eles dez crianças, transformou o coreto da Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, numa moradia improvisada. A grande família chegou em Belo Horizonte, na noite dessa quarta-feira (15 de novembro), com a esperança de conquistar emprego e um teto decente que abrigue a todos. No entanto, sem lugar para ir, o grupo se viu obrigado a morar na rua.
Mesmo sem ainda ter um teto, a família escolheu não perder a fé em dias melhores e tenta viver como consegue. Para tomar banho, o grupo transformou o chafariz em chuveiro e em área para a lavagem de roupas. Os arbustos da praça viraram grandes varais ao ar livre. Para matar a fome, a família conta com doações de quem passa pelo local.
Antes de chegar até o coreto da Praça da Liberdade, a família viveu uma grande crise econômica em seu país de origem, passou fome e junta resolveu peregrinar por diversos estados brasileiros em busca de trabalho e comida, porém, sem sucesso, tendo como última morada o estado de Goiás.
Em meio tantas andanças infrutíferas, o grupo descobriu a fama de terra acolhedora que Minas possui. Com um pedido de socorro entalado na garganta, a família venezuela deposita todas as expectativas de um futuro digno na capital mineira.
“Não tem como sobreviver em nosso país, por isso, saímos de lá. O Brasil é um país rico, e Belo Horizonte é um lugar de gente que ajuda, então temos fé que aqui a minha família vai conseguir viver com respeito e dignidade. Precisamos de ajuda e só de uma chance”, desabafou Muchilon Garcia Arazuri, de 26 anos.
O que diz a Prefeitura de BH
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que já articulou a oferta de marmitex, nesta quinta-feira (16 de novembro), e as refeições de amanhã. A PBH ainda ofertou passagens para o retorno a Goiânia.
Confira a nota na íntegra
Serviço Especializado de Abordagem Social identificou 35 indígenas, da etnia Warao, da Venezuela, que chegaram a Minas Gerais há três semanas, vindos de Goiás. Segundo relatos do grupo, eles passaram anteriormente por uma ocupação na Região Metropolitana.
Ao chegarem à capital, as famílias buscaram um dos abrigos do município para acolhimento emergencial de imigrantes. A PBH informou ao grupo a existência de vagas em abrigos separados, o que não foi aceito.
Para o atendimento emergencial, a Prefeitura de Belo Horizonte já articulou a oferta de marmitex nesta quinta-feira (16) e as refeições de amanhã. A PBH ainda ofertou passagens para o retorno a Goiânia.
Importante ressaltar que a Prefeitura de Belo Horizonte já atende mais de 300 indígenas em diversas modalidades de acolhimento. Toda a atuação do município tem se dado de forma isolada, sem apoio de outros entes federados, como Estado e União.
Fonte: O Tempo.