Uma idosa residente em Patos de Minas foi diagnosticada com febre amarela, marcando o primeiro caso da doença na cidade do Alto Paranaíba, conforme anunciado pela prefeitura. A informação foi divulgada na quinta-feira, 25 de setembro, pela Secretaria Municipal de Saúde, que relatou a implementação de medidas imediatas para conter a propagação do vírus e prevenir novos casos.
Segundo a Secretaria, a paciente possui registro de vacinação contra a febre amarela e encontra-se em bom estado de saúde. Ela procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em 30 de agosto, apresentando sintomas como mal-estar e desidratação, inicialmente levantando a suspeita de dengue. Durante a consulta, exames foram realizados e a paciente foi liberada.
O primeiro teste para dengue resultou negativo. Seguindo o protocolo da Rede Sentinela da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, uma amostra foi enviada à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para análises adicionais. Esse procedimento é comum para amostras negativas de dengue, visando a investigação de outras doenças transmitidas por mosquitos. O material da paciente apresentou resultado positivo para febre amarela em três análises consecutivas.
A confirmação foi emitida pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Minas Gerais e comunicada ao município pela Superintendência Regional de Saúde na terça-feira, 22 de setembro. A prefeitura informou que a vacinação da idosa ajudou a manter os sintomas leves. A paciente reside tanto na área rural quanto na urbana, e a investigação epidemiológica continua para determinar a origem da infecção.
Até o momento, não há outros casos suspeitos em Patos de Minas. Com a confirmação do caso, a cidade é considerada área de risco para febre amarela. A principal medida adotada foi a intensificação da vacinação para pessoas não imunizadas, com o objetivo de alcançar 100% da população. Atualmente, a cobertura vacinal em Patos de Minas é de 81,45%, superando a média estadual de 58,58%.
A vacinação seguirá um esquema específico: duas doses para crianças até 4 anos (aos 9 meses e aos 4 anos) e uma dose única a partir dos 5 anos, válida por toda a vida. O cronograma de vacinação inclui um vacimóvel na Praça do Coreto de 25 a 28 de setembro, um mutirão de vacinação em diversos postos nos bairros no dia 27, e mutirões nos dias 4 e 18 de outubro.
Além disso, haverá um bloqueio vacinal no Bairro Nova Floresta e na região onde a paciente reside, com vacinação de casa em casa e controle vetorial. A população é aconselhada a procurar unidades de saúde com o cartão de vacinas para verificar a situação vacinal. As salas de vacina funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, com horário estendido em dias de “Saúde do Trabalhador”.
A Secretaria de Saúde também iniciará ações como busca ativa de casos suspeitos, intensificação da vigilância em áreas de risco, monitoramento de índices de infestação de mosquitos, e investigação de mortes de macacos, que são considerados indicadores da presença do vírus. Além disso, um reforço no manejo clínico de casos suspeitos será implementado, com a ampliação do estoque de vacinas, incluindo a chegada de 20 mil doses adicionais pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
As autoridades reforçam que macacos não transmitem febre amarela; eles são vítimas da doença e auxiliam na detecção precoce da circulação do vírus. Neste ano, Patos de Minas enviou sete amostras de macacos mortos para análise na Funed, das quais seis testaram negativo, e o laudo da sétima amostra ainda está pendente. A população deve acionar o Centro de Controle de Zoonoses ao encontrar um primata morto, pois matar macacos é crime ambiental e prejudica as ações de saúde pública.
Fonte: g1. Crédito da foto: Prefeitura de Patos de Minas/divulgação.
