A maior parte dos eleitores mineiros procura um candidato que não esteja envolvido em escândalos de corrupção: 31,5% dos entrevistados pela pesquisa do instituto DATATEMPO disseram que esse é o motivo principal que os leva a definir seus votos.
A corrupção foi o principal tema das eleições de 2018, e diversos políticos foram eleitos com base nessa bandeira – entre eles o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente na esteira da operação Lava Jato, que ganhou notoriedade nos anos que antecederam o último pleito no país.
Quatro anos depois, a força-tarefa da operação Lava Jato foi formalmente encerrada, em fevereiro de 2021. O Ministério Público Federal (MPF) garante que as investigações continuarão sendo tocadas pelos procuradores, embora o ritmo de prisões e mandados de busca e apreensão tenha caído. Mesmo assim, o tema da corrupção deve permanecer relevante para a disputa eleitoral do ano que vem.
“A temática da corrupção sempre permeou o debate público, mas nas últimas eleições (presidenciais) ela se tornou um fator de extrema importância, dado o destaque principalmente da Lava Jato, e provavelmente continuará a ser”, avalia a coordenadora da pesquisa DATATEMPO, Audrey Dias.
Opinião.Parcela relevante dos eleitores mineiros também leva em conta a ideologia na hora de escolher em que político votar. Entre os entrevistados, 29,5% disseram que procuram um candidato com ideias e opiniões semelhantes às suas.
Já gostar do partido ao qual o candidato está filiado é o motivo de escolha de voto para 6,4%. Esse índice sobe para 8,3% entre os entrevistados que se consideram de extrema esquerda e para 8% entre os que se identificam como centro-direita.
Os entrevistados também apontam como motivo para definir o voto a carreira política do candidato (6,1%) e também se eles já votaram antes nesse candidato, ainda que para outros cargos públicos (3,5%).
Já 3,6% dos entrevistados disseram ao instituto DATATEMPO que votam no candidato do mesmo partido que escolheram para outros cargos, o que é um indicativo de que montar chapas com nomes fortes pode gerar votos para diferentes candidatos de uma mesma legenda.
Influência. A pesquisa aponta também que, embora em menor intensidade, os eleitores também são influenciados pelas famílias e pelos círculos de amizades, assim como a igreja e outros grupos sociais do qual fazem parte.
Dos participantes da pesquisa, 5,6% disseram que pedem a opinião de um amigo ou familiar que eles consideram mais interessados no mundo político na hora de escolher o candidato que receberá o voto. Já 1,1% deles afirmaram que escolhem o político que for indicado pelo pastor ou pela igreja que efrequentam.
Já 0,6% dos entrevistados votam nos indicados por associações, comunidades e sindicatos a que estão ligados. Por outro lado, 1,6% deles afirmam que sempre votam nulo ou em branco.