A violência contra a mulher é um problema grave que ainda afeta muitas pessoas no Brasil. Segundo uma reportagem do O TEMPO, em Minas Gerais, pelo menos 18 mulheres foram agredidas em uma faixa de dez dias entre 24 de dezembro e 4 de janeiro, mas esse número é provavelmente muito menor do que a realidade, já que muitos casos não são relatados. A violência tende a aumentar durante essa época do ano devido ao uso excessivo de álcool e drogas, bem como porque as pessoas estão mais cansadas e os ânimos ficam mais exaltados. Além disso, muitas mulheres decidem terminar um relacionamento em janeiro, o que pode levar a violência por parte de homens que não aceitam o fim da relação.
Mas a violência contra a mulher não é limitada ao final do ano. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que até novembro de 2021, haviam sido registrados 125.638 casos de violência contra a mulher, ou um caso a cada quatro minutos. Em 2020, esse número foi ainda maior, com 145.584 casos, enquanto em 2019 o total foi de 145.523.
A violência muitas vezes é alimentada pelo machismo, de acordo com Luiza Santos, coordenadora do Projeto de Pesquisa e Extensão em Crimes contra a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (Crim/UFMG). Ela explica que os padrões culturais podem influenciar negativamente o comportamento de homens e mulheres, com os homens tendendo a naturalizar a violência e as mulheres sendo criadas para serem dependentes economicamente e emocionalmente dos homens. Além disso, muitas vezes as mulheres não percebem que estão em um relacionamento abusivo.
Para combater a violência contra a mulher, é importante que as pessoas estejam cientes dos sinais de relacionamentos abusivos e saibam como pedir ajuda. É preciso também continuar trabalhando para mudar a cultura machista que ainda prevalece em muitos lugares, promovendo a igualdade de gênero e o respeito pelos direitos das mulheres.