Você se assusta ao ver uma barata ou cobra, sente frio na barriga ao estar em ambientes com altura elevada, fica desconfortável ao falar em público? Essas são reações comuns quando nos deparamos com situações inesperadas ou pouco habituais. Mas quando o medo e ansiedade acabam se tornando excessivos e persistentes é um forte indício do desenvolvimento de fobia — um tipo de transtorno de ansiedade de uma forma específica.
Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que o Brasil possui, se comparado a todos os outros países do mundo, o maior número de pessoas ansiosas. São 18,6 milhões de brasileiros que sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade.
Fernanda Rocha, coordenadora do curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, destaca que quando não tratada a fobia pode afetar diretamente a rotina e as relações do paciente, podendo gerar limitações em todas as áreas de sua vida.
“A fobia pode ser definida, de um modo geral, como um medo exagerado. Em alguns casos pode até chegar a ser irracional, já que ela está relacionada a algo específico, como um lugar, animal, atividade ou objeto. Outra característica é que, normalmente, esses itens não apresentam um perigo real e imediato para o sujeito. São criadas situações de pavor pela pessoa que não é proporcional à realidade. Traumas de infâncias também são exemplos de gatilhos que podem despertar fobias, por esse motivo crianças e adolescentes são mais suscetíveis a desenvolver fobias. Mas, por se tratar de algo mais complexo, é importante que a criança ou o adolescente receba orientação de um profissional adequado”, diz.
A professora explica, ainda, que medo e fobia são coisas distintas. “Existe uma confusão natural entre as pessoas sobre a definição, mas são situação diferentes. Podemos considerar a fobia como um transtorno mental ansioso, que pode impedir que a pessoa faça suas atividades rotineiras. Já o medo, é uma resposta impulsiva e normal a uma real situação de risco”, alerta a psicóloga.
Dados presente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), revelam que as pessoas que convivem com algum tipo de fobia são mais propensas a cometer suicídios. Entre as fobias mais comuns estão: aerofobia (medo de andar de avião), aractonoofobia (medo de aranha), claustrofobia (medo de lugares pequenos e fechados), catsaridafobia (medo de barata) e fobia social (medo de relações humanas).
O tratamento de uma fobia deve ser iniciado após um diagnóstico minucioso, que abranja aspectos físicos, cognitivos e psicossociais. Segundo a psicóloga, a avaliação é o ponto de partida para a escolha das técnicas mais eficazes para atender às necessidades específicas de cada paciente.
“A terapia vai auxiliar os pacientes no trato com as fobias. Com ela, o sujeito aprende a lidar com as fobias e amenizar o problema. Para algumas pessoas, com transtornos mais severos, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser indicado. E, se for o caso, com a utilização de medicamentos adequados em cada caso”, finaliza.