fbpx

Foco na vida real: jovens abandonam redes sociais e adotam novos hábitos

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Aplicativos de compartilhamento de fotos e vídeos estão sendo substituídos por atividades ao ar livre, leitura e estudo de idiomas.

A decisão de desativar a conta no Instagram há três meses marcou um ponto de virada na vida de uma jovem estudante de psicologia do Rio de Janeiro. Ela, que já havia abandonado outras plataformas como X e TikTok, decidiu se desconectar temporariamente das redes sociais para se dedicar a atividades mais produtivas, como estudar francês e passar mais tempo ao ar livre. No entanto, a experiência foi tão positiva que ela optou por continuar off-line por tempo indeterminado.

“Desde que saí das redes sociais, me sinto menos ansiosa, impotente e estressada. Também reduzi o consumo e deixei de me comparar constantemente com outras pessoas. Agora, aproveito mais a companhia das pessoas ao meu redor e não tenho planos de voltar às redes sociais,” relatou.

Outra jovem, uma graduanda em tecnologia em laticínios de Minas Gerais, está há quatro anos distante das redes sociais. Ela iniciou o afastamento devido à polarização política e às discussões acaloradas que o tema gerava online. Hoje, ela valoriza o tempo extra para exercícios físicos e a leitura, um hábito que incorporou à sua rotina. Segundo ela, a decisão ainda desperta curiosidade em outras pessoas, que frequentemente questionam os motivos por trás de sua ausência digital.

“Quando conto que não tenho redes, a primeira pergunta é se foi por causa de um término de relacionamento. Sinto-me aliviada por ter me afastado desse ambiente que promove desinformação e que pode ser prejudicial para a autoimagem, causando ansiedade, depressão, baixa autoestima, entre outros problemas.”

Especialistas também observam essa tendência. Uma psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental afirmou que tem visto um aumento no número de pacientes, especialmente jovens, que optam por deixar as redes sociais. Ela vê essa escolha como positiva, já que permite às pessoas se reconectar com a vida real e enfrentar os desafios do dia a dia.

Contudo, a decisão de abandonar as redes sociais vai contra a tendência nacional. Segundo dados recentes do IBGE, a proporção de brasileiros que utilizam a internet continua a crescer, com 88% da população conectada em 2023. O uso das redes sociais, em particular, ainda é muito comum, com 83,5% dos entrevistados afirmando que utilizam essas plataformas.

Outros indivíduos, como um professor de São Paulo e um artista do Rio de Janeiro, também escolheram viver longe das redes sociais, preferindo manter a comunicação através de e-mail e chamadas telefônicas ou se dedicando a hobbies como skate e trilhas.

Um bancário de Goiânia, por sua vez, nunca teve redes sociais e só aderiu ao WhatsApp por questões profissionais. Para ele, a ideia de expor sua vida pessoal online nunca foi atraente, e ele expressa preocupação com o tempo que as pessoas perdem na internet sem nenhum propósito real.

Pesquisas indicam que o uso excessivo de tecnologia é um problema crescente no Brasil. De acordo com o Instituto Delete, sete em cada dez brasileiros são usuários excessivos de tecnologia, e três em cada dez apresentam sintomas de dependência patológica, necessitando de orientação profissional. No entanto, especialistas advertem que um detox digital temporário pode não ser a solução ideal. O uso consciente da tecnologia é recomendado para evitar que ela se torne prejudicial.

Fonte: O Globo.

Encontre uma reportagem