Um golpe que vem se espalhando pelo Brasil chamou a atenção pela forma detalhada e convincente com que criminosos abordam suas vítimas. O comentarista Thássius Veloso, especialista em tecnologia e segurança digital, relatou que ele próprio quase caiu no chamado “golpe do falso advogado”, que simula o contato de profissionais de advocacia para liberar supostas indenizações.
A fraude começa quando um “advogado” entra em contato via WhatsApp informando que a pessoa teria vencido uma ação judicial e tem valores a receber. O criminoso utiliza dados reais, como peças processuais, procurações e documentos, dando credibilidade à abordagem. Em seguida, outra pessoa se apresenta como representante da empresa devedora, reforçando a farsa com chamadas de vídeo e até pedidos para que a vítima compartilhe a tela do aplicativo do banco.
Thássius percebeu a tentativa de golpe ao desconfiar dos procedimentos exigidos. Ao checar com o escritório responsável por seu processo, confirmou que a ação não havia avançado. “Foi por pouco. O negócio é tão bem feito que eu quase virei estatística”, relatou.
Especialistas reforçam que os golpistas personalizam cada contato a partir de dados de processos disponíveis publicamente. A OAB de São Paulo recomenda que advogados alertem seus clientes, e que as vítimas registrem Boletim de Ocorrência e guardem provas, como capturas de tela. Já a Febraban orienta que bancos sejam notificados imediatamente em caso de suspeita.
O esquema mostra alto nível de sofisticação, sem erros de linguagem e com documentos reais, o que aumenta o risco de convencimento. Segundo especialistas, o acesso a processos pode ocorrer tanto por meios legais quanto por técnicas automatizadas de coleta de dados (scraping), expondo milhares de pessoas ao risco.
📌 Fonte e foto: g1 / CBN – Thássius Veloso