A fonoaudióloga luso-brasileira Simone Lopes Bravo, especialista em psiquiatria, tem chamado atenção com seu livro Maníaco do Parque: A Loucura Lúcida, baseado em encontros e trocas de cartas com Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, condenado a 285 anos de prisão por uma série de assassinatos e estupros. Nos últimos dois anos, Simone trocou cerca de 50 cartas e realizou 10 visitas ao presídio onde ele cumpre pena. Em entrevista, ela descreveu o criminoso como uma “pessoa doente” e destacou a desorganização de seus pensamentos, refletida nas cartas.
O interesse de Simone pelo caso começou com seu desejo de entender a mente de criminosos. Francisco foi o único, dos oito prisioneiros contatados, a responder à sua carta, o que iniciou o projeto de estudo. Ela notou que ele frequentemente mencionava a Bíblia e perguntava sobre sua próxima visita, embora seu discurso fosse desconexo.
O livro também traz relatos impactantes de outros especialistas, como a psiquiatra Hilda Morana, que foi atacada por Francisco durante uma sessão em 2005. Segundo Hilda, o episódio foi uma tentativa de chamar a atenção, reforçando o perfil de Francisco como alguém de “elevadíssima periculosidade”. Ela defende que, mesmo após 30 anos de prisão, ele continuará a representar uma ameaça.
O caso de Francisco de Assis Pereira volta a ser discutido em meio a lançamentos de novos livros, filmes e documentários sobre o Maníaco do Parque, trazendo à tona debates sobre o sistema penitenciário e os desafios no tratamento de indivíduos com transtornos graves de personalidade.
Fonte: Metrópoles. Foto: Reprodução