Fotos dos Mamonas Assassinas reacendem debate sobre limites do jornalismo após sucesso de filme na Netflix

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A estreia do filme sobre os Mamonas Assassinas nos cinemas em 2023 e sua recente chegada à Netflix reacenderam memórias afetivas e polêmicas envolvendo a tragédia que vitimou os cinco integrantes da banda, em 1996. Entre os assuntos que voltaram à tona estão as imagens dos corpos dos músicos logo após o acidente — fotografias que ainda causam incômodo e questionamentos éticos.

As fotos foram registradas por um fotógrafo que, na época, trabalhava cobrindo rondas policiais para um jornal popular de São Paulo. Ele foi o primeiro da imprensa a chegar à cena do acidente na Serra da Cantareira, e, escondido no mato com uma câmera e apenas um rolo de filme de 36 poses, fez os registros que se tornariam manchete nacional.

As imagens foram publicadas na primeira página do jornal, gerando enorme repercussão e também revolta. O jornal bateu recorde de tiragem, mas também recebeu ameaças e críticas pelo caráter sensacionalista da exposição dos corpos. O fotógrafo, anos depois, afirma não se arrepender dos cliques, mas acredita que a publicação pertenceu mais ao campo do entretenimento do que ao do jornalismo.

O episódio evidenciou a linha tênue entre a informação pública e a exploração da dor alheia. Para o autor das imagens, que mais tarde deixou o jornalismo policial e mudou de país, a cobertura escancarava a lógica de um modelo de imprensa que priorizava o choque: “publicávamos mortos todos os dias, quase sempre pobres”.

Foto: Divulgação/Netflix — Fonte: Metrópoles

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