quinta-feira, 28 de março de 2024

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Frio em Minas: dicas de proteção aos animais de estimação nesse período

Por Dentro De Tudo:

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O frio em Belo Horizonte e em Minas atinge não somente os seres humanos, mas também os animais de estimação. Assim como nós, os bichinhos sofrem com as baixas temperaturas e, se não forem protegidos, podem até morrer, já que, dependendo do clima, o pelo não é suficiente para resguardá-los.

Pensando nisso, a campanha Bichinho Quentinho, criada em 2017 pelo Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), educa a população a auxiliar tanto os animais de estimação quanto os que estão em condição de rua.

Cuidados com o pet

Adriana Araújo, coordenadora do MMDA, afirma que os animais fazem parte das nossas famílias e precisam de cuidados, pois, como os humanos, também podem adoecer.

“Algumas medidas são colocar roupinhas, sobretudo nos cães, e disponibilizar uma manta, para ser colocada na caminha do animal. No caso dos gatos, que, normalmente, já buscam locais quentes, no inverno a procura é maior. Por isso, é importante reforçar o cuidado”.

Por isso, em dias assim, o ideal é que cães e gatos possam dormir em casa, sobretudo nas noites mais geladas. Outro fator importante e exige atenção é a vacinação desses animais. “A vacina contra a cinomose, doença viral que deixa várias sequelas neurológicas, é fundamental neste período frio, pois é a época que mais acomete os cães”, ressalta Adriana Araújo.

A coordenadora do MMDA frisa que, caso a pessoas não tenha condição de comprar roupas para os cães, existem vários tutoriais na internet que ensinam a confeccionar. “Nas redes, há alguns vídeos educativos que mostram como fazer roupinhas para os cães com blusas e calças de malha. O custo é bem baixo”.

 

Segundo Gilson Dias, veterinário da Associação Bichos Gerais, em casos de animais com pelos mais longos o tutor deve retirar a roupa e escovar o pelo ao menos duas vezes ao dia. “A medida ajuda o pelo não embolar. Além disso, para aqueles animais que precisam tosar, é necessário esperar o frio passar, pois, não é uma hora”.

Com relação aos gatos, Adriane Costa Val, professora de Veterinária da UFMG e coordenadora do Grupo de Discussão em Felinos (GDfel), assegura não haver muitas medidas de proteção além das que já são oferecidas. “Pessoas com aquecedor em casa devem ter o cuidado dobrado, pois, às vezes, o gato fica muito perto e pode machucá-lo”.

A professora da UFMG também informa que não se deve alterar a alimentação comum do animal e nem colocar roupinha. “A roupinha é muito útil para cães que, geralmente, são magrelos. Mas, em casos de gatos com pelos, não é necessário”. Quanto ao banho em cães, Adriana esclarece a necessidade de secá-los para evitar que os bichos durmam com o pelo molhado.

Já o veterinário Gilson Dias comenta que colocar vestimentas em gatos exige uma atenção maior do tutor. “O animal, ao sair de casa, pode enganchar a roupa em lugares ou momentos que a pessoa não está disponível para socorrê-lo. Até a coleira deve ser escolhida com atenção, por isso, tem que ficar de olho nele”.

O veterinário também observa que o animal não deve fazer grandes esforços. “Nesse período, o que mais aparece no consultório são queixas de artrite e artrose. Pequenas dores que eles estão sentindo de coluna e no joelho, às vezes, surgem nessa época”.

“Então evitar salto de cama e sofá é importante para não intensificar quadros que estavam presentes antes. Além disso, animais que possuem problemas circulatórios conhecidos, hipertensão ou usam diuréticos também sentem um agrave no frio, por isso é bom mantê-los de roupas”.

Animais em condição de rua

Conforme Adriana Araújo, a campanha Bichinho Quentinho também tem como objetivo alertar a sociedade para os cuidados com os animais de rua. “Belo Horizonte, mais do que nunca, vivencia um descontrole no número de cães e gatos. Por isso, é importante que a população tenha olhos para esses animais”.

Segundo ela, entre as principais medidas estão o resgate, a adoção ou o abrigo temporário. “As pessoas podem oferecer um lar temporário para esses animais em suas casas, apartamentos, garagem, jardim, quintal ou horta. Além disso, providenciar uma caminha, casinha ou caixa de papelão também auxilia”.

Nesse caso, deve existir o cuidado de virar a casinha ou cama dos animais para o canto da parede, por conta dos ventos frios. “Essa proteção com a parede é muito eficaz e um cuidado muito simples, que, boa parte das pessoas, esquecem”, esclareceu Adriana.

Caso não seja possível abrigar esses animais, a coordenadora do MMDA sugere que esses objetos sejam colocados na calçada. “Também é necessário conscientizar a comunidade do em torno para a importância disso, porque pode haver alguma reclamação”.

Segundo Adriana, é é imprescindível realizar a troca ou a higienização no dia seguinte. “A pessoa precisa ter a responsabilidade de trocar no outro dia, para evitar o lixo nas ruas. O mesmo deve ocorrer no fornecimento de água e alimento”.

Outra alternativa é auxiliar as ONG’s de proteção de animais. “É muito importante que a sociedade apoie a proteção animal. Se a nossa realidade sempre foi pesada, com a pandemia, que trouxe muita morte e desemprego, as condições pioraram. As feiras de adoção, os mutirões de castração, as doações foram interrompidas. Portanto, estamos com uma grande sobrecarga”, pontua Adriana.

Disponibilizar alimentos é um fator que merece atenção, pois auxilia os bichos neste frio no combate ao frio. “Além de objetos para inibir o frio, a doação de ração é muito necessário, pois, o alimento ajuda os bichos a se manterem aquecidos”, explica a responsável pelo Movimento Mineiro dos Direitos dos Animais.

Nos casos dos animais de pessoas em situação de rua, o MMDA acionará a Prefeitura de Belo Horizonte para oferecer abrigo e caminhas para eles. A coordenadora afirma que essa medida não deve ser somente plano emergencial, por conta dos dias frios, mas sim uma política pública continuada em Belo Horizonte.

“Diante da mudança climática e o número de pessoas em situação de rua, que aumenta cada dia mais, isso não deve constar como plano emergencial, mas sim como uma política pública continuada da prefeitura”, encerra Adriana.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Arruda

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