Um estudo apresentado na reunião anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), realizada em Viena, na Áustria, revelou que o tabagismo aumenta significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2, independentemente do subtipo da doença. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Suécia, Noruega e Finlândia e destacou que pessoas com predisposição genética ao diabetes são ainda mais vulneráveis aos efeitos do cigarro.
Os pesquisadores analisaram dados de 3.325 pessoas com diabetes tipo 2 e 3.897 sem a doença, em estudos de longa duração, com média de 17 anos de acompanhamento. O risco foi maior entre fumantes atuais e antigos em todos os quatro subtipos de diabetes tipo 2: SIRD (resistente à insulina), SIDD (com deficiência de insulina), MOD (relacionado à obesidade) e MARD (relacionado à idade).
O aumento mais expressivo foi observado no subtipo SIRD, em que fumantes tiveram mais que o dobro do risco (2,15 vezes) em relação a não fumantes. Nos demais subtipos, os índices também cresceram: 20% para SIDD, 29% para MOD e 27% para MARD. Entre os fumantes pesados, definidos como aqueles que consumiram pelo menos 15 maços-ano (o equivalente a fumar 20 cigarros por dia durante 15 anos), o risco foi ainda maior, chegando a 2,35 vezes no SIRD e superando 50% nos outros tipos.
A pesquisa também investigou o consumo de snus, um tipo de tabaco sem fumaça utilizado em países escandinavos, e constatou que o uso elevado foi associado ao aumento do risco dos subtipos mais graves.
De acordo com a autora principal, Emmy Keysendal, doutoranda no Instituto Karolinska, em Estocolmo, o estudo mostra que o fumo pode prejudicar diretamente a resposta do organismo à insulina. “Nossas descobertas reforçam a importância da cessação do tabagismo na prevenção do diabetes tipo 2. Além disso, a análise genética pode ajudar a identificar quem mais se beneficiaria de apoio para parar de fumar”, afirmou.
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Fonte: O TEMPO