Rede nacional de móveis terá de pagar R$ 5 mil; empresa exigia lista de eleitores e obrigava empregados a fazer campanha.
Uma das maiores redes de móveis do Brasil foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 5 mil de indenização a uma funcionária vítima de assédio eleitoral. De acordo com os autos, a empregada foi coagida a votar em candidatos apoiados pela direção da empresa.
Na denúncia, a trabalhadora relatou que a companhia criou um formulário intitulado “lista de eleitores”, exigindo informações como nome completo, endereço e número do título de eleitor não apenas dela, mas também de amigos e familiares, que deveriam se comprometer a votar nos candidatos indicados. O preenchimento do documento deveria ocorrer antes do dia da eleição.
A funcionária também afirmou que era obrigada a fazer boca de urna em grupos de WhatsApp e a publicar imagens dos candidatos em suas redes sociais pessoais, sob orientação da empresa.
Em defesa, a empresa reconheceu que houve apoio a determinadas candidaturas em 2018, mas negou a imposição de votos aos empregados. No entanto, uma testemunha confirmou em audiência que havia ameaças de fechamento de lojas caso os candidatos não fossem eleitos, além da realização de reuniões quinzenais voltadas a pressionar os funcionários na obtenção de votos.
A Justiça entendeu que as provas apresentadas confirmaram o assédio eleitoral. A conduta da empresa foi classificada como coação, intimidação e constrangimento dos trabalhadores, com o objetivo de influenciar suas escolhas nas urnas.
A decisão reforça o entendimento de que a liberdade de voto é direito fundamental e que práticas de assédio eleitoral configuram violação à dignidade e aos direitos trabalhistas.
Fonte: Metrópoles
Foto: Metrópoles