Um operador de máquinas confessou ter simulado um furto na empresa em que trabalhava há 8 meses se passando por refém do primo no Distrito Industrial, em Lagoa Santa, na região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime ocorreu no último dia 30 de março e, nesta segunda-feira (11), a Polícia Civil realizou entrevista coletiva para detalhar a ação. O homem possuía acesso a senhas de cofres e era responsável pelo fechamento da empresa.
A instituição conseguiu recuperar R$ 200 mil em produtos eletrônicos da fábrica, que incluem computadores, impressoras e monitores. Os primos confessaram o furto e devolveram cada produto. Por isso, segundo o delegado Flávio Teymeny, responsável pelas investigações, os dois permanecem soltos.
De acordo com o delegado, os envolvidos combinaram o furto uma semana antes do crime ser colocado em prática. No dia do furto, o comparsa trocou a placa do veículo e seguiu até a empresa dizendo que iria realizar um procedimento técnico. “Aí que começa o teatro. Um dos autores, que é funcionário da empresa, combinou com esse segundo comparsa. Ele o rendeu e depois o amarrou, conforme combinado anteriormente”, disse o delegado.
Conforme as investigações, o crime ocorreu por volta das 19h, quando ocorria uma troca de turno do serviço. A dupla alega que aproveitou o momento para passar pela portaria.
A polícia chegou até a dupla após análise de imagens de câmeras de segurança. Pelos vídeos, foi identificado que a suposta “vítima” estava encenando o crime, já que estava bastante tranquila e o autor não agiu de forma violenta. “Geralmente, autores desse tipo de crime utilizam de mais violência e as vítimas demonstram maior temor, entram em desespero e ele pareceu bem calmo”, afirmou a delegada Michele Valéria Manzalli.
Nesta análise, os investigadores ficam bastante desconfiados. “Os produtos foram localizados na casa dele [comparsa]. Depois, eles foram até a delegacia e, como as diligências estavam bem avançadas, eles devolveram os produtos furtados. Nesse momento, eles confessaram e explicaram, inclusive, como eles combinaram o crime. Os dois iriam vender os produtos”, destacou Manzalli.
Segundo o delegado Teymeny, os primos alegaram que estavam precisando de dinheiro. O comparsa possui passagem por tráfico de drogas. O crime foi cometido sem o uso de arma.
Conforme a polícia, eles estão soltos porque a investigação ainda está em andamento, sem mandados de prisão expedidos e eles confessaram o crime. Porém, nada impede que ao término do inquérito eles sejam detidos. Há suspeita de que outras pessoas também estejam envolvidas.
“É importante ressaltar que a investigação está em fase inicial e várias diligências ainda serão realizadas, inclusive, que é de sigilo telefônico a fim de verificar se há outras pessoas envolvidas nesse crime”, concluiu.