No início deste mês de julho a International Football Association Board (IFAB), responsável por regulamentar as regras do futebol, colocou em vigor sete alterações. Com isso, os árbitros têm novos entendimentos sobre a aplicação de cartões, o tempo de acréscimo e até a postura do goleiro em cobranças de pênaltis. E não para por aí. Uma mudança na regra do impedimento já está em estudo.
“A nova regra de impedimento vai ser praticamente o contrário da atual. O atleta, para estar legal, não vai precisar estar com o corpo dele atrás de uma pequena referência do adversário. Se ele estiver com todo o corpo a frente do defensor, e só uma pequena parte da chuteira dele, por exemplo, estiver na linha do defensor, ele vai estar legal. Mas essa regra ainda não está valendo”, explicou Marcio Eustáquio Sousa Santiago, coordenador de arbitragem profissional. Segundo ele, a IFAB deve analisar essa mudança na regra 11 (do impedimento) nos próximos dias 24 e 25 de julho.
Mudanças em vigor
As sete novas regras foram validadas este mês, mas já estavam sendo praticadas pela arbitragem brasileira desde o ano passado, numa espécie de adaptação.
Em campo, o entendimento dos árbitros entrevistados pela reportagem de O TEMPO Sports é o mesmo. As mudanças são benéficas ao futebol.
“Essas alterações são muito válidas e muito importantes. O futebol está muito dinâmico, muito rápido, muito corrido. Os árbitros também são atletas para acompanhar as jogadas, os esquemas táticos das equipes para que eles possam vir a se posicionar melhor em campo e tomar as decisões corretas”, avaliou Santiago.
A avaliação é a mesma do árbitro Igor Benevenuto. “Foram mudanças importantes e esclarecedoras que vão ajudar a arbitragem a conduzir o jogo de uma melhor maneira, e também a imprensa, jogadores e treinadores e os torcedores a ter um entendimento melhor sobre a regra e isso é bom para todos”, afirmou.
Técnico e acréscimos
Duas das mudanças mais drásticas são a penalização do treinador quando foram desferidas críticas vindas do banco direcionadas a arbitragem e a consideração do tempo de comemoração de gol aos acréscimos.
“Quando você paga por um show, por evento, você quer ele por completo. E muitas vezes por comportamentos inadequados de alguns atletas de algumas equipes, por estarem ganhando e verem vantagem na situação, esse jogo tinha muito menos tempo de bola rolando. E hoje se vê acréscimos de 8 minutos, 12 minutos, que é justamente para dar justiça às equipes”, explicou o árbitro Igor Benevenuto.
Sobre a penalização do técnico, a regra também é clara. “O técnico é o responsável pela conduta dos integrantes da área técnica. Da mesma maneira que o capitão de equipe é responsável pelos seus companheiros em campo”, explicou Joel Tolentino, coordenador da Escola Mineira de Arbitragem.
Fonte: O Tempo.