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Gama-plus: nova variante do coronavírus é identificada no Brasil

Por Dentro De Tudo:

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Pesquisadores brasileiros descobriram uma variação da Gama — ou P1, inicialmente identificada em Manaus —  com características convergentes com a Delta — originalmente encontrada na Índia. Cientistas do projeto Genov,  um dos maiores projetos de vigilância genômica da América Latina, do grupo Dasa, encontraram a variação, denominada Gama-plus, em 11 amostras no Brasil. Sendo uma no Ceará.

Conforme a análise, a variante conta com uma alteração genética em uma região nobre (a posição 681), no chamado “sítio de furina”, que condiciona a velocidade com que o vírus entra nas células humanas. Descoberta foi obtida após análise de 502 amostras colhidas em maio de brasileiros infectados pelo Sars-CoV-2. 

Essas alterações foram encontradas em amostras de Goiás (5), Tocantins (1), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1), Paraná (1) e Rio de Janeiro (1). 

De acordo com biólogo molecular e virologista José Eduardo Levi, que lidera a área de desenvolvimento e pesquisa da Dasa, já existem diversas variantes de Gama, que são cepas com alterações em relação à sua versão original. Ele destaca que são chamadas Gama-plus apenas aquelas que têm algo que “aumenta o seu perigo”.

Convergência

“O que mais impressiona os virologistas em relação ao Sars-CoV-2 é sua altíssima taxa de convergência”, diz Levi. Segundo o pesquisador, esse conceito explica por que uma mutação da Delta aparece na variante gama, transformando-a na versão “plus”.

Levi explica que a convergência ocorre quando mutações semelhantes “pipocam” simultaneamente em cantos do globo distantes entre si.

“A pressão de evolução é um funil idêntico para todo e qualquer Sars-CoV-2: ele precisa ser transmitido e precisa escapar da resposta imunológica humana, seja ela natural, seja pela vacina”, explica Levi. “Os vírus que seguem adiante são aqueles que encontram um caminho convergente”, ou seja, aprimoram mutações que o tornam mais resistentes.

Vigilância

No fim do mês, devem sair os resultados da análise aprofundada de mais 1.500 amostras coletadas em junho. Então, pesquisadores devem saber o quanto a Gama-plus ganhou espaço e o quanto ela pode ser perigosa. 

O pesquisador alerta que com o vírus entrando mais depressa nas células, pode aumentar a carga viral da P1 e multiplicar as oportunidades de criação de mutações.

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