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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

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‘Gangue da Hilux’ faz estacionamento do Aeroporto de Confins travar rodas de carros por segurança: 15 foram levados

Por Dentro De Tudo:

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A cena é inusitada e pode pegar alguns donos de veículos de surpresa. Ao voltar ao estacionamento, o motorista precisa provar que é dono do próprio automóvel. “Prezado cliente, informamos que a roda do seu veículo foi travada por motivos de segurança“, diz o aviso que é acoplado ao vidro do carro “travado” pelo dispositivo de segurança do aeroporto. Em seguida, um número de contato é informado para que seja solicitada a retirada. “Será necessário apresentar o documento do veículos e demonstrar o funcionamento da chave“. 

Em nota enviada à reportagem, a BH Airport, que administra o Aeroporto de Confins, disse que “atua para ampliar a segurança de passageiros e visitantes nos estacionamentos do aeroporto” e que, devido à existência de quadrilhas especializadas em furto de carros do modelo Hilux no Brasil, resolveu adotar, desde julho de 2023, a medida adicional de segurança de travar as rodas desses veículos, “uma iniciativa que visa a proteção dos carros durante a passagem pelo nosso terminal”. 

Ainda segundo a administradora, um funcionário fica à disposição 24h para atender os proprietários dos carros e retirar a trava no momento em que retornam de viagem. A empresa disse ainda que ” está em constante intercâmbio com as autoridades competentes e trabalhamos em estreita colaboração com elas para implementar medidas de segurança eficazes”. 

Ao todo, somando as duas fases da operação coordenada pela Polícia Civil capixaba, em agosto e setembro deste ano, foram presos seis supostos integrantes da quadrilha e foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. As investigações demonstraram que a gangue tinha base em Minas Gerais. 

Durante a apresentação do balanço da primeira fase da operação, em coletiva de imprensa, o delegado Luiz Gustavo Ximenes, titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, explicou que a quadrilha tinha uma divisão de tarefas, com comando, administração financeira, recrutamento e roubo e furto dos veículos. Segundo o investigador, eles utilizam um acessório chamado “rastre” para destravar os carros e roubá-los. 

— O veículo era deixado no estacionamento do aeroporto pela pessoa com viagem programada e que só fazia o registro do roubo no momento em que chegava da viagem, criando um tempo grande entre o roubo e o registro para que a polícia pudesse realizar a ação. O responsável pelo furto paga o estacionamento como se fosse deixar o local com o veículo, que é retirado por meio de um comboio, utilizado também para levar as outras Hilux furtadas — disse na ocasião. 

— Eles usam um acessório chamado “rastre”, que serve para destravar a hilux e a chave presencial. Com isso, eles trocavam o módulo do carro. A Hilux funciona com a tecnologia de startstop, com botão, e é vendida em países como Bolívia, Paraguai e Argentina. O modelo que liga com a chave, é adulterado e revendido no mercado internado — acrescentou Ximenes à época. 

Na fase II da operação, dois homens apontados como líderes da quadrilha foram presos em Minas Gerais. A dupla tinha mandados de prisão preventiva em aberto e foi localizada em BH e Ribeirão das Neves. Os alvos são investigados em, pelo menos, quatro inquéritos policiais instaurados pela Divisão Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DFRV). Segundo a polícia, acredita-se no envolvimento da organização em “inúmeros” delitos desse tipo por todo o país. 

— São perpetradores de fora do Estado. Uma investigação complexa e a operação precisaram ser feitas com bastante inteligência para chegar até os autores. Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro também são estados vítimas dessa organização criminosa. Vamos continuar trabalhando para identificar outros envolvidos — disse o delegado-geral de Polícia Civil do ES, José Darcy Arruda, em coletiva de imprensa. 

Pelo menos 44 carros roubados, segundo a polícia: 

— A partir de levantamentos por meio do nosso serviço de inteligência, identificamos que toda a estrutura da organização criminosa é de Minas Gerais. Vamos buscar por meio da perícia criminal, levantar algum elemento informativo para que possamos dar continuidade nas novas fases que iremos deflagrar — acrescentou Ximenes.

Fonte: O Globo.

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