Geração X chega aos 60 anos imersa na insegurança financeira

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Os integrantes mais velhos da chamada Geração X, que abrange os nascidos entre 1965 e 1980, estão completando 60 anos e, consequentemente, adentrando a velhice. Kerry Hannon, autora do livro “Retirement Bites”, coautorado com Janna Herron, comenta que muitos deles ainda não conseguem acreditar nessa transição. Diferentemente da geração anterior, os baby boomers, que desfrutavam de empregos mais estáveis e, especialmente nos Estados Unidos, contavam com contribuições patronais para a previdência privada, a Geração X enfrentou grandes mudanças sociais e nas relações de trabalho.

Hannon destaca que essa geração não possui a mesma rede de proteção que os mais velhos e teve acesso limitado à educação financeira, que hoje é amplamente disponível para os mais jovens. Além disso, enfrentou um cenário de consumo exacerbado, com a proliferação de cartões de crédito, resultando em um alto nível de endividamento. Atualmente, muitos membros dessa geração têm filhos e, com frequência crescente, também cuidam de pais idosos.

A autora, que possui diversos livros sobre transição de carreira, enfatiza que se preparar para a aposentadoria envolve não apenas a construção de uma poupança, mas também a busca por maneiras de se manter ativo. Hannon alerta que esperar passivamente pela aposentadoria não é uma estratégia viável. Aos 60 anos, é possível ter pelo menos mais duas décadas pela frente, o que torna essencial aprimorar habilidades, aprender novas e realizar uma transição de carreira. Essa abordagem pode ajudar a retardar a saída definitiva do mercado de trabalho e preservar a reserva financeira necessária para a velhice.

O primeiro passo recomendado por Hannon é realizar uma análise detalhada do orçamento, eliminando despesas supérfluas. Em seguida, é importante iniciar uma poupança, mesmo que em quantias pequenas. Contudo, ela ressalta que, em caso de dívidas com cartão de crédito, a prioridade deve ser quitá-las.

Hannon também destaca a importância de se interessar pelas opções de investimento e de não ignorar questões relacionadas à longevidade, como a expectativa de vida e o estilo de vida desejado. As mulheres, em particular, continuam enfrentando os mesmos obstáculos de gerações anteriores, como salários menores e interrupções na carreira para cuidar dos filhos, o que dificulta a economia. Muitas delas, na faixa dos 80 anos, tornam-se viúvas, enfrentam altos gastos com saúde e podem ser empurradas para a pobreza. Hannon enfatiza que ninguém deve alegar desinteresse por números ou considerar finanças um assunto chato, pois isso diz respeito à própria vida.

A inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil para calcular o montante necessário para uma aposentadoria confortável. Ao consultar um assistente de IA sobre a reserva ideal para garantir retiradas mensais de dez mil reais até os 90 anos, considerando uma rentabilidade conservadora de 3% ao ano, o valor estimado é de R$ 2,8 milhões, um montante inatingível para a maioria. Isso torna os conselhos de Hannon ainda mais relevantes.

Crédito da foto: Lars Gustav para Pixabay
Fonte: g1.globo.com

Encontre uma reportagem