A siderúrgica Gerdau anunciou nesta sexta-feira (1º) o desligamento de 1.500 trabalhadores, principalmente em unidades de São Paulo, e a revisão de investimentos previstos para os próximos anos no Brasil. Segundo o CEO global da companhia, Gustavo Werneck, a entrada de aço chinês com práticas consideradas desleais impacta mais os negócios da empresa do que o recente tarifaço aplicado pelos Estados Unidos.
“Não tem sentido continuar investindo no Brasil, porque o governo não faz a proteção ideal do mercado”, afirmou Werneck. Ele criticou a atuação da Câmara de Comércio Exterior, que, em reunião no fim de julho, não elevou as tarifas sobre produtos siderúrgicos chineses já investigados por práticas de dumping.
Apesar disso, os aportes de R$ 6 bilhões previstos para 2025 estão mantidos, sendo dois terços destinados ao Brasil, especialmente para projetos de mineração em Minas Gerais. Já os investimentos nos EUA devem continuar em ritmo normal, com Werneck destacando que “lá há ambiente para negócios”.
De acordo com a Gerdau, os produtos chineses já ocupam 30% do mercado interno, ante os 11% registrados historicamente. A empresa defende uma atuação mais firme do governo para conter a concorrência predatória.
Sobre o tarifaço de Trump, a Gerdau foi poupada da taxação por já possuir unidade produtiva nos Estados Unidos. Os efeitos, no entanto, podem ser indiretos e afetar clientes dos setores automotivo e de máquinas.
No segundo trimestre de 2025, a Gerdau registrou lucro líquido de R$ 864 milhões, alta de 14% em relação ao trimestre anterior, mas queda de 8,6% na comparação anual. A receita líquida subiu 5,5% e alcançou R$ 17,5 bilhões.
Foto: Nunna Audiovisual / Divulgação
Fonte: O Tempo
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