A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira, dois suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que aplica golpes na venda de imóveis em uma imobiliária localizada na Vila da Penha, na Zona Norte do Rio. Até o momento, ao menos 25 pessoas foram identificadas como vítimas do golpe, enfrentando prejuízos que variam entre R$ 7 mil e R$ 25 mil. Os detidos foram identificados como Marcos dos Santos Vitor e Luciana Pereira Dellan.
De acordo com as investigações, o grupo falsificava anúncios de casas e apartamentos que estavam realmente à venda em plataformas online. Sem o conhecimento dos verdadeiros proprietários, os golpistas se passavam por operadores de crédito imobiliário, oferecendo condições de pagamento facilitadas para atrair compradores. Uma das estratégias mais comuns consistia em exigir uma entrada de 10% sobre o valor do imóvel, que poderia chegar a R$ 25 mil. Após o pagamento, os criminosos desapareciam, e a negociação não era concluída. As vítimas, além de não receberem o imóvel, não conseguiam reaver o dinheiro.
A delegada Daniela Terra, titular da 15ª DP, comentou sobre a crueldade do golpe, que afeta tanto quem está tentando comprar quanto quem está vendendo o imóvel. Para dar credibilidade à fraude, os golpistas prometiam devolver o dinheiro caso a negociação não fosse concluída, mas isso nunca ocorria. As vítimas ficavam esperando a devolução, que nunca vinha.
As negociações eram conduzidas pela imobiliária, que direcionava os interessados para uma suposta operadora de crédito. Nesse local, as vítimas eram convencidas a assinar contratos fraudulentos que simulavam financiamentos inexistentes. Uma das vítimas relatou que, ao chegar ao local combinado, foi solicitado o pagamento da entrada, que girava em torno de R$ 10 mil. O endereço marcado não parecia um banco, mas sim um escritório improvisado. A proprietária do imóvel não tinha conhecimento da situação, pois não estava presente, e a casa não possuía Registro Geral de Imóveis (RGI).
A delegada informou que as duas pessoas presas tinham papéis bem definidos: uma era responsável por captar as vítimas e a outra atuava como gerente da falsa imobiliária. Vale destacar que Luciana Dellan já havia sido presa anteriormente por estelionato. A investigação teve início após uma das vítimas registrar um boletim de ocorrência na 15ª DP (Gávea). Os suspeitos foram presos em flagrante por tentativa de estelionato e associação criminosa.
O objetivo da quadrilha era extorquir dinheiro de pessoas humildes, muitas delas sonhando com a casa própria, conforme afirmou a delegada Daniela Terra. A TV Globo não conseguiu localizar a defesa dos dois presos.
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Fonte: g1
