Um novo golpe tem gerado preocupação entre os brasileiros. Conhecido como “golpe da ligação muda” ou “roubo da voz”, essa fraude começa com uma ligação telefônica aparentemente inofensiva. Ao atender, a pessoa do outro lado da linha permanece em silêncio, com o objetivo de capturar a voz de quem atende. Os criminosos utilizam inteligência artificial para clonar essa voz e enganar parentes e amigos da vítima.
O especialista em cibersegurança, Ismael Júnior, detalhou a tática utilizada pelos golpistas, que agem principalmente de duas maneiras: se passando por agentes de segurança pública ou por operadores de call centers. Segundo ele, os criminosos ligam de números que parecem ser de bancos ou instituições governamentais, além de utilizarem linhas falsas. A partir desse contato, eles iniciam um diálogo, já possuindo informações sobre a vítima, e começam a capturar a voz dela.
O golpe se divide em duas fases principais. Na primeira fase, chamada de captura, a vítima recebe uma ligação de um número desconhecido. Ao atender, o criminoso pode permanecer em silêncio, aguardando que a pessoa diga “Alô?” ou tente puxar conversa. Em outros casos, o golpista inicia um falso atendimento, fazendo várias perguntas para obter uma amostra mais longa e variada da voz do indivíduo. Na segunda fase, o ataque, os criminosos utilizam ferramentas de inteligência artificial para modular e criar um padrão da voz roubada. Com a voz clonada, eles entram em contato com parentes e amigos da vítima, pedindo dinheiro urgentemente e se passando pela vítima em uma situação de emergência.
Para se proteger desse golpe, a principal recomendação é desconfiar de ligações de números não identificados. Ismael Júnior sugere uma postura cautelosa: ao receber uma ligação de um número desconhecido, a pessoa deve dizer “alô”, permanecer em silêncio e esperar que alguém se manifeste. Se a ligação permanecer muda após o “alô”, a melhor atitude é desligar. Caso a pessoa do outro lado inicie uma conversa, mas as perguntas pareçam suspeitas ou o contexto não faça sentido, é importante interromper o contato. O especialista reforça que, em caso de dúvida sobre a legitimidade de uma ligação, especialmente de bancos ou órgãos públicos, a orientação é desligar e retornar a ligação para um número oficial da instituição, obtido por meio de sites ou documentos oficiais.
Crédito da foto: Arquivo g1. Fonte: g1.