Golpistas estão se passando por pesquisadores do Ministério da Saúde, em um esquema que se espalhou pelo Brasil. Eles fingem que estão fazendo um levantamento sobre a Covid-19. Mas, na verdade, querem é sequestrar o Whatsapp da vítima.
Uma vítima que preferiu não se identificar, conta como os criminosos agem durante as ligações: “Eles começaram a me perguntar se eu já tinha pego Covid, se alguém da minha família tinha pego.”
No fim do questionário, o momento do golpe.
“Você vê que eles têm um roteiro, seguindo uma sequência lógica. Então, tipo, você na hora realmente acredita que você está participando de uma pesquisa que é séria”, conta outra vítima, que também não quis ser identificada.
Os golpistas então enviam ao celular da vítima uma mensagem com um código de seis números, com a justificativa de que a pesquisa será publicada no site do Ministério da Saúde. Através desse código, eles conseguem entrar no celular da vítima.
Saiba como se proteger
Para se proteger de golpes como esse, o Whatsapp recomenda que o usuário use a chamada “verificação em dois fatores”, dentro do botão de configurações do aplicativo. E também alerta para que nenhum dado pessoal, clique em link ou divulgação de código ou senha deve ser fornecido a outras pessoas.
O Ministério da Saúde vem, de fato, fazendo uma pesquisa sobre Covid, que inclui agendar coleta de sangue. Mas já tem os dados de identificação das pessoas que são contactadas por telefone. São as mesmas pessoas que participaram de uma pesquisa feita pelo IBGE em 2020, a Pnad Covid.
“Não pedimos códigos, senha, confirmação por algum link. Isso não acontece em nenhuma pesquisa do Ministério da Saúde nem do governo federal”, explica Daniela Buosi Rohlfs, diretora de Saúde Ambiental do Trabalhador e Emergência em Saúde Pública.