As ações do Governo de Minas para o controle das arboviroses, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti – como dengue, zika e chikungunya -, envolvem diversos eixos de atuação, que vão desde a prevenção até a assistência aos pacientes nos serviços de saúde.
Para fomentar estratégias dos municípios que visam evitar a proliferação do mosquito e qualificar as redes de atendimento, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) já repassou R$ 40 milhões aos Fundos Municipais de Saúde visando o período sazonal deste ano. A SES-MG também realizou pagamentos de outros R$ 80 milhões para regularização de dívida contemplada no acordo do Governo de Minas junto à Associação Mineira de Municípios (AMM).
“Os incentivos financeiros são muito importantes para que os municípios possam desenvolver estratégias, em nível local, tanto em relação à prevenção e eliminação de possíveis criadouros do Aedes, quanto promover ações de mobilização social e estruturação da rede de atendimento”, explica a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis, Marcela Lencine Ferraz.
Os valores destinados a cada um dos municípios estão relacionados na Resolução SES-MG 7.733/2021.
Segundo a diretora, a SES-MG tem atuado ainda em outras frentes de apoio, como no envio de agentes da Força Estadual para apoiar ações de controle vetorial, distribuição de inseticidas e suporte na investigação de casos. “São ações contínuas, que são realizadas durante o ano todo”, afirma.
Com o intuito de fortalecer e sensibilizar os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem no manejo clínico do paciente, qualificações virtuais são disponibilizadas.
“A SES-MG também realiza análises sistemáticas dos bancos oficiais de notificação e acompanhamento de indicadores de transmissão nos diferentes municípios do território mineiro, e com avaliação de cenário de risco constante junto ao Comitê de Enfrentamento das Arboviroses e Comitês Regionais de Enfrentamento as Arboviroses”, aponta.
Cenário epidemiológico
Segundo o último Boletim de Monitoramento de Arboviroses, com atualização referente a 22/2, Minas Gerais registrou 6.298 casos prováveis (casos notificados, exceto os descartados) de dengue. Desse total, 1.940 casos foram confirmados para a doença. Um óbito foi confirmado pela doença em Minas Gerais, e dois óbitos são investigados, até o momento.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 401 casos prováveis da doença, dos quais 37 confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado, ou mesmo investigado, por chikungunya em Minas. Quanto ao vírus zika, foram registrados 12 casos prováveis, sendo dois confirmados para a doença. Também não há óbitos por zika em Minas Gerais até o momento.
Segundo Marcela Lencine Ferraz, os números ainda não indicam um ano epidêmico, mas exige atenção em relação à dengue, zika e chikungunya. “Nós temos percebido um aumento de casos, não no território estadual como um todo, mas em alguns pontos. É preciso manter, então, os cuidados para eliminar os focos do mosquito. A adoção de algumas medidas preventivas de cunho individual, como uso de repelentes, também é relevante para que possamos evitar a transmissão dessas doenças”.