Grupo de caminhoneiros planeja paralisação, mas movimento não tem unanimidade entre lideranças

Por Dentro De Tudo:

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Um grupo de caminhoneiros está organizando uma paralisação nacional para esta quinta-feira, 4 de dezembro, mas a mobilização não conta com o apoio unânime de todas as lideranças da categoria, sendo que alguns líderes afirmam nem ter conhecimento da manifestação.

A proposta do movimento foi liderada por Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, que protocolou um ofício na Presidência da República na tarde da última terça-feira, 2 de dezembro. Ele estava acompanhado do ex-desembargador aposentado Sebastião Coelho, que na semana anterior havia convocado a paralisação dos caminhoneiros com o intuito de solicitar a liberdade de pessoas envolvidas nos acontecimentos de 8 de janeiro e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) manifestou seu descontentamento com o movimento, afirmando em nota que não apoia a paralisação e criticando o uso indevido da entidade em publicações nas redes sociais. A CNTTL reafirmou seu compromisso com a responsabilidade institucional perante suas filiadas e os trabalhadores que representa, salientando que não compactua com manobras políticas que visem manipular a categoria.

Por sua vez, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que reúne 104 sindicatos e nove federações em todo o Brasil, afirmou desconhecer qualquer convocação para paralisação. Em nota, esclareceu que não recebeu notícias de assembleias ou movimentos organizados nesse sentido e que, portanto, não há mobilização em curso dentro do sistema sindical da CNTA.

A Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) também se posicionou, informando que tem conhecimento de manifestações individuais nas redes sociais, mas ressaltou que essas ações não são organizadas ou apoiadas pela entidade, caracterizando-se como iniciativas pessoais.

Chicão Caminhoneiro defendeu a necessidade da paralisação, afirmando que o movimento é composto por caminhoneiros lutadores, mas que respeitará as leis e não deseja causar transtornos à população. Sebastião Coelho, por sua vez, fez um apelo aos caminhoneiros, ressaltando a importância da mobilização diante da situação política do país.

O deputado federal Zé Trovão, representando a categoria no Congresso, manifestou-se contrário à paralisação, destacando que não é o momento adequado para esse tipo de ação. Ele mencionou que a autorização para qualquer movimento deve vir da família do ex-presidente Bolsonaro e sugeriu que o foco atual deveria ser pressionar o Congresso Nacional pela anistia.

Carlos Alberto Rodrigues, de 66 anos, natural de Três Marias, Minas Gerais, e motorista da Transportadora Beira Rio, expressou seu apoio à paralisação e afirmou que, se convocado, participará do movimento.

Fonte: UOL/Metrópoles

Foto: Agência Brasil

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