Três anos após o fechamento de lojas em todo o Brasil, a Ricardo Eletro vai retomar a operação físicas nas próximas semanas. As duas primeiras lojas abertas serão no Centro de Belo Horizonte e na região central de Pedro Leopoldo, na região metropolitana. O projeto prevê as aberturas ainda no início de fevereiro, de acordo com o presidente do grupo Máquina de Vendas, responsável pela rede, Pedro Bianchi. Até o final do ano, ele projeta uma expansão para 10 unidades em Minas Gerais e mais 10 em outros Estados.
A retomada das atividades da empresa já havia sido feita em novembro no e-commerce. A Justiça chegou a decretar a falência da Ricardo Eletro, por dívidas que somam cerca de R$ 4 bilhões com 17 mil credores. Entretanto, o processo falimentar foi revertido. Nas lojas físicas, o nome a ser adotado é ‘Nossa Eletro’. Conforme o CEO, o faturamento com a expansão será útil para pagar a dívida trabalhista com ex-funcionários, orçada em aproximadamente R$ 150 milhões.
“É uma refundação da empresa que é genuinamente mineira. A gente ainda está estudando, mas vou focar em lojas de rua, não vamos ter lojas em shopping. Queremos ter lojas em bairros, quero dar atenção ao público que sempre foi fiel a Ricardo Eletro”, contou Pedro. Questionado sobre a localização da primeira loja a ser inaugurada em Belo Horizonte, Bianchi desconversou, mas indicou que o endereço pode ser em áreas populares e de grande circulação de pessoas no hipercentro. “Vai ser em uma rua com nome de um Estado brasileiro. Rua Curitiba, avenida Paraná, estamos mapeando vários pontos”, disse o CEO.
Assim como no e-commerce, a empresa vai trabalhar com estoque próprio e de parceiros. A ideia é otimizar custos e evitar deixar dinheiro parado. “Já temos parcerias prontas com a indústria moveleira e de eletrodomésticos para que elas trabalhem junto conosco. A indústria vai deixar um modelo de mostruário à disposição. Quando vender, fatura direto para a empresa e a gente ganha comissão. Com isso temos uma vantagem porque ainda somos uma empresa pobre e não posso deixar dinheiro parado. Se eu fizer parceria, não empato o dinheiro, ganho comissão e reforço a marca”, projeta Pedro Bianchi.
Inicialmente, as lojas terão um mix de produtos restrito a móveis e eletroportáteis. A oferta deve ser ampliada em compasso com o crescimento dos negócios. Em cada loja, a ideia é contar com cinco funcionários, entre gerentes, estoquistas e vendedores. Os salários, promete Bianchi, serão acima do mercado. “A remuneração variável (comissões) vai ser a melhor do mercado e a remuneração fixa também com valor acima porque quero, se a empresa gerar faturamento, que todos ganhem. Quero dividir a geração de riquezas da empresa”, ressaltou o CEO.
Atualmente, para a operação das vendas online, a empresa conta com 40 funcionários. O site conta com 10 mil produtos e até o final do primeiro trimestre o planejamento é chegar a 30 mil. O número de vendas, entretanto, ainda é baixo: em torno de 35 a 40 por dia. “É muito incipiente, algo que está começando. Antes da falência estávamos faturando R$ 1 milhão por dia. Vamos voltar a isso. Mas agora tem todo um levantamento de algoritmo no Google, que demora e por isso nos três primeiros meses a preocupação foi para colocar a casa em ordem e não em ter mais vendas”, sinalizou. Para reforçar o projeto de expansão, a Ricardo Eletro tenta reverter um bloqueio de R$ 1,7 milhão, executado pela Justiça durante o processo de falência. Pedro Bianchi afirma que com o montante será possível acelerar a “abertura de lojas e contratação de pessoas”. “Acredito que vamos ter uma razoabilidade da Justiça”, ponderou o CEO.
Fonte: O Tempo.