Em evento para anunciar as ações do governo do Estado para proteção das mulheres no Carnaval, o governador Romeu Zema (Novo) disse que no Brasil, o “homem branco, heterossexual e bem-sucedido,” é “rotulado de carrasco”. A fala do governado se deu enquanto ele falava como a empresa da família, em que ele trabalhava antes de assumir o Executivo, seria inclusiva.
“Eu venho do setor privado, a empresa que eu precedi, desde os anos 2000, está entre as melhores para se trabalhar do Brasil e entre as 10 melhores de Minas Gerais. Porque lá, as pessoas são tratadas com respeito. Tem um percentual de mulheres trabalhando muito maior do que a média do Brasil. Tem negros, tem LGBTs, trabalhando e respeitados. E é muito perigoso rotular. E no Brasil, a coisa mais comum que acontece é rotular. Se alguém é homem, é branco, é heterossexual e é bem-sucedido, pronto: rotulado de carrasco. Parece que não pode ser humano. Mas pode sim. Dá para ser humano. Qualquer rótulo é perigoso. Tem político honesto e desonesto, tem empresário honesto e desonesto. Então, nós temos de começar a ver cada caso como um caso. Perigosíssimo essa questão de rotular”, afirmou o governador.
O governador destacou que em seu governo há maior participação de “mulheres e minorias”. Apesar de não mencionar a administração do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), o recado de Zema era para a gestão do Planalto. O presidente Lula tomou posse e divulgou seu primeiro escalão, o petista tinha 11 mulheres entre os 37 ministérios da época. Ao longo do ano, para ceder espaço ao centrão e conseguir base de apoio, o petista retirou três delas.
“Nós vamos mostrar que o nosso governo, e eu tenho mostrado, é só olhar para quem ocupa secretarias, autarquias do meu governo. Às vezes a gente fala pouco, mas o número de mulheres, de minorias, é maior do que em governos que se dizem promissores (sic). O que é que conta mais? Discurso ou ação? Para mim, ação é o que conta. Mas parece que tem gente que gosta de acreditar só em discurso, não olha os números, não olha o que está acontecendo”, disse Zema.
Sobre o Carnaval, o governador destacou que Minas possui um evento diferenciado dos outros que existem no país e que é preciso valorizar essa diferença: “Carnaval de espetáculo vai lá para o Rio de Janeiro, nós sabemos que não temos ali aquelas escolas de samba, mas temos muita coisa diferente. Se alguém quer um carnaval seguro, um carnaval estruturado, um carnaval organizado, respeitoso, acolhedor, confortável, seja para descansar no interior, um hotel-fazenda, uma cidade histórica, ou para pular para participar da folia, ele vai ter essas opções aqui”, disse Zema.
O governador destacou a parceria com vários órgãos públicos estaduais e algumas entidades para promover a festa no Estado, no entanto, não citou a Prefeitura de Belo Horizonte. Nas últimas semanas, o governo de Minas tenta capitalizar as ações e ganhar crédito junto à população sobre a realização da festa. Vale lembrar que nem Zema nem o vice-governador Mateus Simões participaram da festa nos últimos cinco anos.
Fonte: O Tempo.