Um industriário que chegou a ter 98% do corpo coberto por manchas de vitiligo, aos 40 anos, experimentou uma recuperação notável após se divorciar. Hoje, aos 54, ele vive uma nova vida, tendo recuperado 93% do pigmento de sua pele. O dermatologista Paulo Luzio, que tratou o homem, afirmou que a separação foi um fator crucial para a melhora, já que o vitiligo pode ser influenciado por fatores psicológicos.
O vitiligo é uma condição caracterizada pela perda de coloração da pele devido à diminuição ou ausência de melanina. Embora muitas vezes seja de origem autoimune, genética ou ambiental, no caso do industriário, a doença estava intimamente ligada ao seu estado emocional. As manchas começaram a aparecer em 2007, durante um casamento marcado por ansiedade e nervosismo causados pelo comportamento ciumento e desconfiado da esposa.
Após dois anos de busca por tratamento eficaz, ele finalmente encontrou o dermatologista Paulo Luzio, que identificou a conexão entre seu vitiligo e os problemas emocionais. Apesar de reconhecer o impacto negativo do relacionamento em sua saúde, o homem hesitou em se divorciar por causa dos filhos. Em 2022, ele decidiu pela separação e, surpreendentemente, um mês depois, a maioria das manchas havia desaparecido.
Atualmente, ele mantém a recuperação com duas medicações tópicas e acompanhamento psicológico. O dermatologista explica que, embora algumas áreas ainda apresentem manchas, o tratamento e o manejo de novos estressores têm sido eficazes.
O vitiligo afeta aproximadamente 1% da população mundial, com mais de um milhão de casos no Brasil. Além das manchas despigmentadas, os sintomas podem incluir sensibilidade ao sol e alterações no cabelo, mucosas e unhas. O tratamento pode envolver medicamentos ou, em casos específicos, cirurgia.
A psicóloga clínica Carla Ribeiro de Oliveira destaca a importância do acompanhamento psicológico em casos de doenças psicossomáticas, onde o emocional impacta diretamente o físico. Segundo ela, embora a cura total possa não ser possível, a redução do sofrimento e a ressignificação das experiências estressoras são alcançáveis através de tratamento especializado.
Por Gyovanna Soares, g1 Santos