A Justiça de Minas Gerais condenou um homem por injúria racial após ele dirigir ofensas a um influenciador durante um evento em Belo Horizonte, em dezembro do ano passado. Segundo o relato registrado no processo, o agressor se aproximou da vítima e afirmou que, “se fosse escravo, seria caríssimo”, frase que, de acordo com o juiz, carrega violência simbólica ao remeter à escravidão e reduzir a pessoa a um valor comercial com base em características físicas.
Na decisão, o magistrado destacou que falas desse tipo reforçam estereótipos discriminatórios e evocam um período histórico marcado pela desumanização de pessoas negras. A defesa alegou que se tratava de um “elogio mal interpretado” e que o homem estaria alcoolizado, mas os argumentos foram rejeitados. Para o juiz, não havia ambiguidade no teor da ofensa, que foi confirmada por testemunhas.
O condenado recebeu pena de dois anos de prisão em regime aberto, substituída por medidas restritivas de direitos, incluindo prestação de serviços à comunidade. Ele também deverá pagar multa correspondente a dois salários mínimos à vítima, por danos morais.
O caso foi levado à polícia pelo proprietário da casa noturna, que acionou a segurança após ser informado das agressões verbais. O suspeito foi detido e, em depoimento, negou ter reproduzido as frases registradas no boletim de ocorrência. A defesa informou que pretende recorrer da decisão, alegando fragilidades no processo e ausência de intenção discriminatória.
Crédito: g1 Minas / Fotos: Reprodução e TJMG
















