A Polícia Civil do Espírito Santo indiciou, nesta sexta-feira (17), um advogado de 27 anos por uso de documento falso. As investigações apontaram que o profissional usou um certificado falso de conclusão do Ensino Médio para se matricular em uma faculdade de direito do Espírito Santo.
O caso chegou ao conhecimento da Polícia por meio de uma denúncia anônima realizada via Disque Denúncia 181. O denunciante afirmou ter conhecimento de que o advogado, que atua principalmente no município de Montanha, não tinha concluído o Ensino Médio.
No levantamento, os policiais constataram que a assinatura da diretora que estava no certificado do advogado era falsa. Verificaram, também, que o investigado nunca esteve sequer matriculado na escola de Ensino Médio, que fica no município de Pedro Canário.
Advogado só estudou até a 6ª série
Ao verificar a vida escolar dele, os policiais constataram que o advogado abandonou os estudos ainda no Ensino Fundamental. Seu último registro foi em uma escola municipal localizada em Pinheiros, onde consta como reprovado na 6ª série do Ensino Fundamental, nos anos de 2009 e 2010.
“O certificado falso que ele apresentou na faculdade é de 2011. Ou seja, a vida escolar do advogado, entre a quinta série e a faculdade, é um limbo sem explicação lógica ou documental. Em depoimento, ele afirmou não se lembrar dos nomes dos professores do Ensino Médio e se negou a dar informações básicas, como o nome de algum colega de classe”, relatou o delegado Douglas Sperandio.
“Ele também alegou ter se formado em uma turma de Educação para Jovens e Adultos (EJA), mas a escola que consta no certificado nunca ofereceu esta modalidade de ensino. Por fim, o advogado se declarou vítima da escola”, informou o investigador.
Polícia pede explicação para OAB
Apesar da documentação falsa, o homem concluiu o curso superior de direito e foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Atualmente, o registro dele está válido.
“Indiciamos o advogado por uso de documento falso e remetemos para apreciação do Ministério Público. Também encaminhamos uma cópia do Inquérito para a OAB/ES, para que sejam adotadas as providências administrativas. Ainda há perguntas sem resposta, por exemplo, como ele obteve o certificado falso e como foi aprovado no exame da OAB, que é extremamente rigoroso”, esclareceu Sperandio.
O BHAZ procurou a OAB do Espírito Santo para saber quais medidas serão tomadas em relação ao advogado e aguarda o retorno. Tão logo a instituição se manifeste, essa matéria será atualizada.
Com PCES
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