O Ministério de Minas e Energia está analisando a possibilidade de reintroduzir o horário de verão como estratégia para evitar racionamentos de energia devido à severa seca que afeta o Brasil. A prática consiste em adiantar os relógios em uma hora, foi abolido em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.
O horário de verão, que era implementado anualmente em várias regiões do país, visava reduzir o consumo de energia elétrica. Com a crise hídrica em curso, as autoridades buscam alternativas para garantir o abastecimento e minimizar os impactos no setor energético.
Prós e contras do horário de verão na rotina do brasileiro
Prós
A implementação do horário de verão foi inicialmente vista como uma solução para reduzir o consumo de energia elétrica. Com essa medida, buscava-se otimizar o uso da luz natural, permitindo que regiões participantes desfrutassem de mais luminosidade nas tardes, o que adiava o acionamento de lâmpadas em casa após o trabalho.
Além da economia de energia, o horário de verão oferecia a oportunidade de maior utilização dos espaços públicos. O fim da tarde se tornava ideal para a prática de atividades físicas, incentivando a população a aproveitar melhor parques e áreas abertas nas cidades.
Outro aspecto positivo desse horário era o impulso ao comércio local. Com a luz do dia se estendendo por mais tempo, as vendas em lojas e bares tendiam a aumentar, resultando em um faturamento extra, especialmente durante a primeira hora da noite, conforme relatou a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em 2021.
Defensores do horário de verão também destacam seus benefícios para o turismo. O aumento na luminosidade natural pode impulsionar a demanda por serviços de hotelaria e entretenimento, promovendo um ciclo favorável para esses setores em épocas de alta temporada.
Contras
Mudanças nos padrões de consumo de energia impactaram diretamente a eficácia do horário de verão. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o aumento no uso de ar-condicionado em residências e empresas tornou essa medida menos relevante, reduzindo os resultados que antes eram esperados.
Além da questão do consumo, a adaptação ao novo horário também apresenta desafios. Pesquisas realizadas por estudiosos brasileiros, publicadas na revista Annals of Human Biology em 2017, revelaram que, embora 45,43% dos mais de 12 mil participantes não relatassem desconforto, 25% sentiam-se incômodos durante toda a vigência do horário de verão.
Outro ponto a ser considerado são as disparidades regionais no Brasil. Estados do Norte e Nordeste não adotam essa mudança, pois, devido à sua proximidade com o Equador, a alteração não impacta significativamente as temperaturas locais. Assim, quando o horário de verão estava em vigor, a diferença de horário entre Brasília e Manaus chegava a ser de duas horas.
Quais são os benefícios do retorno do horário de verão?
O retorno do horário de verão é defendido principalmente pela sua potencial economia de energia, especialmente durante os horários de pico. Essa medida busca reduzir o consumo elétrico, oferecendo um alívio nas contas de luz e promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos.
Além da economia, a mudança pode melhorar a qualidade de vida da população. Com mais horas de luz natural, as pessoas têm a oportunidade de desfrutar de atividades ao ar livre, aproveitando melhor os espaços públicos e incentivando um estilo de vida mais saudável.
Quando será o retorno do horário de verão?
O horário de verão 2024, que tradicionalmente inicia no primeiro domingo de novembro às 00h, ainda aguarda uma definição oficial do governo. Até o momento, não há confirmação sobre o retorno da medida e sua implementação.
Em coletiva realizada na última quinta-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que apresentará a proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de consultar outros ministérios, setores econômicos e o Judiciário. A expectativa é de que a decisão seja divulgada em breve.
Silveira enfatizou a importância do horário de verão como uma estratégia para promover a sustentabilidade energética, mencionando o Canadá como um exemplo positivo. Ele também tranquilizou a população ao afirmar que não há previsão de crise energética para este ano, enquanto o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) projeta a normalização das chuvas em 2024.
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