Após seis dias de combate intenso, o incêndio que devastou a Serra de Santa Helena, em Sete Lagoas, foi finalmente controlado. Apesar do fim das chamas, o cenário deixado é de destruição e silêncio, com extensas áreas cobertas por cinzas e vegetação queimada.
Entre os registros mais marcantes feitos pelos brigadistas, uma cena comoveu todos os envolvidos na operação: um curiango — ave típica do cerrado mineiro — foi encontrado vivo ao lado de seus dois filhotes, que também sobreviveram ao fogo.
Conhecido por sua camuflagem e por fazer o ninho diretamente no chão, o curiango teve seu habitat destruído pelas chamas, mas permaneceu imóvel, protegendo os filhotes entre os galhos carbonizados. Segundo os brigadistas, o ponto onde as aves foram encontradas era um dos mais atingidos pelo incêndio. “Foi uma mistura de tristeza e alívio. Triste por ver tanta destruição, mas alívio por perceber que, mesmo diante de tudo, a vida resiste”, relatou um dos combatentes.
O Corpo de Bombeiros e a Brigada da Serra informaram que o fogo está controlado, mas as equipes seguem em operação de rescaldo e monitoramento para evitar reignições. Ainda há pontos quentes na área, e o vento pode dificultar o resfriamento completo.
A cena do curiango e seus filhotes se tornou um símbolo da resistência da natureza e do impacto ambiental causado pelo fogo. Especialistas alertam que, além da perda da vegetação nativa, a fauna silvestre sofre com a destruição de abrigos e a escassez de alimento. Animais como tamanduás, tatus, serpentes e diversas aves foram vistos fugindo das chamas.
A Prefeitura de Sete Lagoas reforçou o pedido para que a população evite subir à serra nos próximos dias e denuncie imediatamente qualquer foco de incêndio. Entre as cinzas, a imagem da ave e seus filhotes permanece como um lembrete poderoso da força da vida e da urgência por maior consciência ambiental.
📸 Foto: Reprodução / Tecle Mídia Oficial