Em meio à crise climática que o Brasil enfrenta, Minas Gerais viu uma devastação sem precedentes em suas áreas verdes. De acordo com o Monitor do Fogo do MapBiomas, entre janeiro e agosto de 2024, os incêndios destruíram 221.230 hectares no Estado, o equivalente a sete vezes a área de Belo Horizonte. O agravamento foi notável no mês de agosto, quando 61% do total foi consumido pelo fogo, colocando Minas na décima posição entre os estados mais atingidos no país.
O impacto vai muito além dos números. Especialistas, como Geraldo Fernandes, professor de ecologia da UFMG, explicam que a recuperação dessas áreas é complexa e depende da gravidade e localização do incêndio. Em muitos casos, a vegetação degradada pode nunca retornar ao estado original.
O Cerrado foi o bioma mais afetado, com 2,44 milhões de hectares queimados em agosto, enquanto regiões como a Serra do Cipó sofreram danos irreversíveis. Em quatro dias, o fogo consumiu 25% do Parque Nacional da Serra do Cipó, com brigadistas voluntários lutando para proteger áreas sensíveis, como nascentes e vegetação nativa.
A restauração assistida é apontada como uma possível solução para acelerar a recuperação das áreas atingidas, com o plantio e monitoramento constante da vegetação. Fernandes também destaca o impacto negativo dos incêndios na fauna e alerta para a necessidade de punição rigorosa para os responsáveis por queimadas criminosas, dada a gravidade dos danos ambientais e econômicos.
Fonte: Deanne Gherardi, O Tempo | Foto: Flavio Tavares / O Tempo
