Infância e Emoções: A infância é uma terra que pisamos para sempre. Veja como ajudar a sua crianças a nomear e lidar com sentimentos e emoções.

Por Dentro De Tudo:

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Durante a infância, o desenvolvimento emocional é tão importante quanto o cognitivo. É nessa fase que a criança começa a construir sua capacidade de reconhecer, nomear e regular emoções, que são, inclusive, habilidades fundamentais para a saúde mental ao longo da vida. Sendo assim, eu como psicóloga, neuropsicóloga e Terapeuta ABA, te garanto, o cérebro em desenvolvimento precisa de estímulos adequados para formar conexões que sustentem o autocontrole, a empatia e a expressão emocional.

Dar nomes aos sentimentos e as emoções, chamada também de rotulação emocional, é o primeiro passo para que a criança compreenda o que está sentindo. Ao dizer “você está triste e frustrado porque não conseguiu montar o brinquedo”, o adulto ajuda a criança a associar a experiência interna a uma palavra, promovendo consciência emocional. Essa prática ativa áreas do cérebro relacionadas à linguagem e à regulação emocional, como o córtex pré-frontal.

Além disso, é essencial validar o sentimento da criança, sem minimizar ou julgar. Frases como “eu entendo que você está triste” ou “é normal sentir raiva quando algo não sai como esperado” oferecem segurança emocional e favorecem o desenvolvimento da autorregulação, ou seja, a capacidade de lidar com emoções intensas de forma adaptativa. Em nenhum momento diga frases como “para com isso, não precisa chorar por algo tão pequeno”, isso invalida a emoção da criança, talvez não seja importante para você, adulto, mas para ela é; o choro é uma das formas de expressar as emoções e deve ser permitido e não há necessidade de evita-lo. Outra coisa que ouço e vejo muito no consultório é “tem que emprestar brinquedo sim, não pode ser egoísta”, e você emprestaria o seu carro ou o seu celular para alguém que acabou de conhecer? acredito que não, nem eu; por que esperamos isso das nossas crianças? Sou a favor de ensinarmos e sermos exemplos de generosidade e gentileza para as nossas crianças, mas do jeito “certo”. Exerça a sua empatia e saiba falar, o tom da voz e as palavras certas mudam todo o cenário. 

Além disso, seja intencional em cada oportunidade que houver com a sua criança, ensine, exemplifique e estimule a expressão das emoções. Brincadeiras simbólicas, livros infantis sobre sentimentos e rotinas com momentos de escuta são ferramentas eficazes para fortalecer esse processo. Quando a criança aprende a identificar e expressar o que sente, ela se torna mais capaz de resolver conflitos, pedir ajuda e construir relações saudáveis. E, algo que falo sempre é, não evite mostrar à sua criança as suas emoções, não precisa esconder a sua tristeza e o choro, afinal, são emoções experimentadas em todas as idades. 

Investir na educação emocional desde cedo é uma forma poderosa de prevenir transtornos e promover bem-estar. Afinal, uma criança que entende o que sente é uma criança que aprende a cuidar de si e do outro, além de ser o primeiro passo para uma saúde emocional na adolescência e vida adulta. Se precisar de ajuda, conte comigo!

Fonte: Colunista Isis Costa.

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