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Infecções Sexualmente Transmissíveis, um perigo nem sempre visível

Por Dentro De Tudo:

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A cada dia, há mais de 1 milhão de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos, conforme dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no último ano. Isso equivale a mais de 376 milhões de novos casos anuais de quatro infecções: clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis. No Brasil, esses números também estão elevando-se, segundo o Ministério da Saúde.

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque existe a possibilidade de uma pessoa transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por microrganismos como vírus, bactérias, fungos e protozoários e podem ocorrer por:

• Contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina;
• Materno-fetal (da mãe para a criança, durante a gestação, no parto ou na amamentação);
• Meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas os exemplos mais conhecidos são:

• Herpes genital,
• Papiloma Vírus Humano (HPV),
• Uretrites por gonorreias e clamídias,
• Cancro,
• Sífilis,
• HIV,
• Hepatites virais B e C,
• Linfogranuloma Venéreo,
• Tricomoníase,
• Donovanose e infecção pelo HTLV.

As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas genitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele, na palma das mãos ou olhos, somados ao aparecimento de ínguas em qualquer parte do corpo.

Sempre que se perceber algum sinal ou sintoma, a orientação é de procurar o serviço médico o mais breve possível, independentemente de quando foi a última relação sexual.

Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas e, se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer, problemas neurológicos, psiquiátricos e até morte. Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual.

As principais características das infecções sexualmente transmissíveis, no homem, são:

• Secreções: no meato uretral, que pode ser esbranquiçada, esverdeada ou amarelada; podem ter cheiro forte e/ou causar coceira; podem provocar dor ao urinar ou durante a relação sexual. Exemplo de IST com secreções: gonorreia, clamídia e tricomoníase.

• Feridas: aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou sem dor. Os tipos de feridas são muito variados e podem se apresentar como vesículas, úlceras, manchas, entre outros. Exemplo de IST com feridas: sífilis, herpes genital, cancro, donovanose e linfogranuloma venéreo.

• Verrugas: são causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado. Em geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira. Atingem os órgãos genitais, boca, língua, garganta, períneo e ânus.

O diagnóstico é realizado após uma conversa detalhada (anamnese) somada a um exame físico detalhado e solicitação de exames laboratoriais específicos, além disso, sempre que disponíveis devem ser realizados exames para triagem de sífilis, HIV e hepatites B e C.

É importante ressaltar que, mesmo que não haja sinais e sintomas, as IST podem estar presentes e ser, inclusive, transmissíveis. O Ministério da Saúde vem incentivando a realização do teste rápido como importante estratégia de saúde pública na ampliação do diagnóstico.

De maneira particular, os testes rápidos são testes nos quais a execução, leitura e interpretação do resultado ocorrem em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Hoje, o Ministério da Saúde distribui aos serviços de saúde do SUS os testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C.

O tratamento é específico para cada caso diagnosticado. Além disso, é necessário notificar as autoridades sanitárias e orientar a pessoa com quem você teve relação sexual. Essa atitude pode interromper outras transmissões e reinfecções. Converse com seu médico ou um Urologista, ele saberá avaliar o seu problema e indicar a melhor forma de tratamento.

Dr. Marco Aurélio Lipay é Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo),

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