uma técnica utilizada para revitalizar o rio pinheiros, em são paulo, e o córrego joana, no rio de janeiro, está sendo apresentada como alternativa para a limpeza da lagoa da pampulha, um dos cartões-postais mais conhecidos de belo horizonte. o método consiste na injeção de oxigênio dissolvido supersaturado na água, com o objetivo de acelerar a degradação da matéria orgânica, melhorando assim a qualidade do ambiente aquático.
a engenheira paula vilela, que conhece a tecnologia após estudos realizados nos estados unidos, explica que essa técnica sustentável promove uma melhora significativa no odor e na coloração da água, fatores perceptíveis para a população. no entanto, especialistas alertam que esse tipo de intervenção não será suficiente se o lançamento de esgoto continuar acontecendo na lagoa.
a companhia de saneamento de minas gerais (copasa) acompanha o desenvolvimento de tecnologias para despoluição desde 2019 e planeja realizar projetos-piloto para avaliar qual solução trará os melhores resultados em parceria com as prefeituras de belo horizonte e contagem. atualmente, as águas da lagoa estão classificadas para contato secundário com seres humanos, e a prefeitura projeta retomar os passeios turísticos por embarcações ainda este ano.
entre janeiro e julho de 2025, foram retiradas cerca de 841 toneladas de resíduos da lagoa, incluindo plástico e restos de animais. os serviços de limpeza são contínuos e envolvem cerca de 20 trabalhadores, com custo anual de aproximadamente 22,5 milhões de reais.
moradores da região manifestam esperança quanto às novas tecnologias, mas também pedem ações mais efetivas para tratar o esgoto antes que ele alcance a lagoa. o ambientalista apolo heringer destaca que o principal problema é o lançamento de esgoto sem tratamento, que precisa ser interrompido para que qualquer solução funcione plenamente.
o programa reviva pampulha, iniciado em 2023, tem focado na expansão da rede de esgoto e na conscientização da população das vilas que ainda não possuem ligação adequada, com a meta de regularizar todas as conexões até 2028. os investimentos já ultrapassam 146 milhões de reais, reforçando o compromisso com a proteção dos recursos hídricos da região.
foto: flávio tavares / o tempo
fonte: reportagem de vitor fórneas para o jornal o tempo, 11 de agosto de 2025
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