Um estudo conduzido pelo Instituto do Sono revelou uma relação intrínseca entre insônia e depressão, indicando que a insônia não é apenas um sintoma secundário da depressão, mas sim parte integrante da doença mental. Os pesquisadores analisaram a relação entre o risco genético para problemas de sono e sintomas de depressão em uma amostra do Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo, composta por participantes entre 20 e 80 anos.
Os participantes foram submetidos a uma avaliação clínica, polissonografia noturna completa e responderam a questionários sobre sono. Além disso, foram coletadas amostras de sangue para extração de DNA e genotipagem, visando calcular o risco genético para problemas de sono e sintomas depressivos.
Os resultados, apresentados durante a 38ª Reunião Anual das Sociedades Profissionais Associadas de Sono, nos Estados Unidos, mostraram que a insônia e os sintomas depressivos têm origens genéticas semelhantes, sugerindo que problemas de sono não podem ser tratados como algo secundário na depressão.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram um modelo estatístico chamado escore poligênico, que permite prever o risco para doenças complexas considerando milhares de variantes genéticas. Essa análise revelou uma forte correlação genética entre insônia e depressão.
Segundo os pesquisadores, os resultados podem direcionar políticas de saúde pública para a identificação precoce e o tratamento integrado dessas condições, além de abrir caminho para novos protocolos clínicos que abordem de forma integrada a saúde mental e a qualidade do sono. A compreensão das causas genéticas desses problemas de saúde pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e à redução da carga dessas condições na sociedade.
