Integração dos municípios da RMBH deve ir além de interesses políticos

Por Dentro De Tudo:

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A polêmica envolvendo a privatização de rodovias que cortam o chamado Vetor Norte carece de uma abordagem técnica, acompanhada de estudos aprofundados o suficiente para orientar decisões que priorizem o melhor para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, colocando o interesse da população em primeiro plano. O que não pode acontecer é que o debate descambe para o campo político, como parece ocorrer mais uma vez, transformando-se em um jogo de conveniências e preferências particulares, sem base em avaliações técnicas fundamentadas.

Este é o ponto central que deve ser observado, especialmente se a questão for levada a uma mesa de conciliação, como propôs o Tribunal de Contas do Estado. Protelar a decisão, na expectativa de que o problema se resolva por acomodação ou esquecimento, também não é solução. É importante lembrar que a privatização em discussão — que envolve as rodovias MG-10, MG-424 e LMG-800 — é apresentada pelo governo estadual como alternativa para viabilizar investimentos que, segundo o próprio Executivo, o setor público não teria condições de realizar.

O plano prevê a instalação de 12 praças de pedágio em um trecho de pouco mais de 124 quilômetros, em áreas já densamente urbanizadas, com deslocamentos majoritariamente de curta distância e uso diário para ir e voltar do trabalho. Até mesmo o acesso ao Aeroporto de Confins sofreria impacto, com cobranças que poderiam trazer transtornos significativos para os usuários.

Por isso, a discussão precisa ir além de um simples acordo entre partes. Não há espaço para intransigências, fatos consumados ou decisões baseadas em ideias preconcebidas. É necessário pensar no bolso e na comodidade dos milhares de motoristas que utilizam essas vias todos os dias. Além disso, a verdadeira integração dos municípios da região metropolitana depende diretamente de condições de mobilidade mais acessíveis e eficientes.

O futuro exige planejamento de grande alcance, com plena compreensão da dimensão dos desafios que se apresentam. Esta é a real medida da tarefa que precisa ser enfrentada.

Crédito da foto: Diário do Comércio / Arquivo / Charles Silva Duarte

Fonte: Diário do Comércio

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