Com faixas, o protesto pacífico foi realizado por mais de 300 pessoas na manhã desta terça-feira (09), em frente ao órgão federal, em Lagoa Santa
A Alameda Vilma Edelweiss Santos, em Lagoa Santa, local onde fica a sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi ocupada por manifestantes na manhã desta terça-feira (09). Estiveram presentes os integrantes do movimento #euqueroaHeinekenaqui, que fizeram um protesto pacífico a favor do diálogo acerca da instalação da fábrica da cervejaria em Pedro Leopoldo. O ato contou com a presença de mais de 300 pessoas, oriundos das cidades do Vetor Norte, além de políticos.
Com faixas e um caminhão de som, os manifestantes se reuniram em frente ao órgão federal. Os representantes do ICMBio, Antônio Calazans e Frederico Martins, receberam as lideranças do movimento, que foi reforçado pelo deputado federal Fred Costa (Patriota) e pelos deputados estaduais, Cleitinho (PPS) e Bartô (Novo). Durante a reunião, um manifesto a favor da liberação das obras de construção da fábrica da Heineken foi entregue aos servidores públicos.
Além do alinhamento entre os órgãos ambientais, o movimento pediu celeridade aos representantes do ICMBio, destacando os impactos socioeconômicos negativos caso a cervejaria desista de instalar o seu polo de produção em Pedro Leopoldo. Porém, eles foram informados que o processo referente ao embargo da construção da fábrica já tramita em Brasília.
O deputado federal Fred Costa (Patriota) prometeu pleitear uma audiência na sede do ICMBio, em Brasília, já para a próxima semana. Os organizadores do movimento #euqueroaHeinekenaqui esperam um retorno sobre a confirmação do encontro para que possam mobilizar uma reunião na capital do país para, novamente, tentar fomentar o diálogo entre os agentes envolvidos na situação com o intuito de liberar, definitivamente, a construção da fábrica.
Após a reunião com os representantes do ICMBio, as lideranças do movimento destacaram que este foi um passo importante para o entendimento da situação e demonstraram otimismo acerca do desfecho.
Confira o manifesto entregue ao ICMBio na íntegra:
Manifesto
Somos representantes da sociedade civil organizada, interessada no desenvolvimento social e econômico das cidades do Vetor Norte. O nosso movimento, intitulado como #euqueroaHeinekenaqui, teve início graças ao sentimento de frustação da população após o embargo das obras de construção da fábrica da Heineken, em Pedro Leopoldo. Não temos intenção política ou partidária e nenhum vínculo institucional com a cervejaria.
Este manifesto tem como objetivo clamar para que as autoridades responsáveis estabeleçam o diálogo necessário para que seja viabilizada a construção de um dos empreendimentos mais importantes da história do Vetor Norte. Ainda que a Justiça de Minas Gerais tenha autorizado a continuidade das obras por meio de liminar, a cervejaria ainda não continuará com os trabalhos no terreno até que ocorra todos os alinhamentos necessários para a definitiva retomada. E com razão, pois são investimentos expressivos que jamais seriam empregados sem a segurança de que a fábrica poderá entrar em operação.
Estamos muito preocupados com as potenciais perdas socioeconômicas para a região caso a fábrica não seja instalada, e até mesmo com os problemas já causados pela paralisação. A insegurança causada aos empresários e investidores em virtude do embargo das obras reverbera diretamente na população que há tanto tempo espera um empreendimento que pudesse gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento social das cidades do Vetor Norte.
Os impactos positivos na economia da região já começaram a ser percebidos desde o início da obra, há cerca de dois meses, com a contratação de mão de obra local, movimentação em hotéis, restaurantes, locações e diversos serviços. E agora, com a paralisação, o efeito reverso já é sentido, com diminuição drástica na demanda de comércio e serviços.
Para se ter uma ideia sobre a importância do empreendimento, a estimativa de investimento total, em todas as fases de implantação, é de 500 milhões de euros por parte da cervejaria, com a geração de 350 empregos diretos, mais de 2000 postos de trabalho indiretos, além do imensurável reflexo em toda a cadeia econômica das cidades do Vetor Norte de Belo Horizonte, que terão valorização imobiliária e serão mais atrativas para investidores que poderão estabelecer empresas de pequeno e médio porte.
É importante deixar claro que em nenhum momento o nosso movimento quis confrontar nenhuma entidade ou órgão ambiental. A intenção é, conforme destacado em todos os nossos comunicados oficiais, fomentar o diálogo entre todas as partes envolvidas nos trâmites necessários para a liberação da construção da cervejaria Heineken em Pedro Leopoldo. Muito mais que um pedido, este é um apelo de uma população que, sem a instalação do empreendimento, não vislumbra mais oportunidades de crescimento na região, pois, além de não ter a tão esperada indústria, a tendência é que outros investidores se sintam inseguros e direcionem os seus recursos para outras localidades.
O movimento #euqueroaHeinekenaqui se coloca à disposição dos órgãos públicos para ajudar a fomentar o diálogo necessário. O nosso interesse é um só: o desenvolvimento socioeconômico do Vetor Norte, com responsabilidade e consciência ambiental. E acreditamos que isso é totalmente possível.
Entenda
O movimento #euqueroaHeinekenaqui teve início graças ao sentimento de frustação da população após o embargo das obras de construção da fábrica da Heineken, em Pedro Leopoldo, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Organizada por lideranças de diversos segmentos da sociedade civil, a iniciativa não possui intenção política ou partidária e nenhum vínculo institucional com a cervejaria.
O embargo das obras de construção da unidade de produção da cervejaria Heineken foi realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. De acordo com os participantes, o intuito é elucidar informações e promover o diálogo amplo acerca dos impactos negativos que o cancelamento da instalação do empreendimento pode causar na região.
No dia 07 de outubro, a Justiça de Minas Gerais autorizou que Heineken retome a construção da fábrica. Porém, a cervejaria ainda não continuará com os trabalhos no terreno até que ocorra todos os alinhamentos necessários para a definitiva retomada.
O movimento #euqueroaHeinekenaqui destaca a preocupação com as potenciais perdas socioeconômicas para a região caso a fábrica não seja instalada, e até mesmo com os problemas causados pela paralisação. E para mostrar o que de fato está acontecendo, o movimento articula ações pelas redes sociais para manter a sociedade informada acerca dos processos e é uma forma de mostrar que a população está a favor da vinda do empreendimento, que pode atrair benefícios para o Vetor Norte e o estado de Minas Gerais.
Os moradores da região foram pegos de surpresa, pois os impactos positivos na economia da região já começaram a ser percebidos desde o início da obra, há dois meses, com a contratação de mão de obra local, movimentação em hotéis, restaurantes, locações e diversos serviços. A estimativa de investimento total, em todas as fases de implantação, é de 500 milhões de euros por parte da cervejaria, com a geração de 350 empregos diretos, mais de 2000 postos de trabalho indiretos, além do imensurável reflexo em toda a cadeia econômica das cidades do Vetor Norte de Belo Horizonte, que terão valorização imobiliária e serão mais atrativas para investidores que poderão estabelecer empresas de pequeno e médio porte.
Diante do anúncio do embargo, alguns membros da sociedade civil se organizaram para entender e elucidar informações que poderiam ter sido difundidas de forma equivocada. A partir daí, foi criado o movimento #euqueroaHeinekenaqui, que iniciou uma série de ações para tratar o assunto de forma clara e isenta.
Nos perfis oficiais, o movimento #euqueroaHeinekenaqui esclarece que não há nenhuma intenção de julgar as ações do ICMBIO ou minimizar a importância dos assuntos relacionados ao meio ambiente. As postagens visam, ajudar e pedir aos órgãos responsáveis celeridade e máxima coerência nos julgamentos, além de esclarecimentos do que precisa ser atendido por parte da empresa para que as obras sejam restabelecidas dentro de um equilíbrio socioeconômico e ambiental.